Em meados de 2013, Neymar aterrissou na Espanha sob muita expectativa. Sem qualquer sufoco quanto à adaptação, o astro, num átimo, tornou-se ídolo do Barcelona, rendendo muitos gols e títulos ao clube, contando com os companheiros Suárez e Messi - juntos, os atacantes sul-americanos teceram o badalado trio MSN, que aterrorizou defesas e virou lenda.
O fato é que a tríade está desfeita. Nesta quarta-feira, o Barcelona confirmou que Neymar está de saída do Camp Nou, o que já culminou, inclusive, em uma despedida de Messi, via Instagram. O destino do craque será o Paris Saint-Germain, cujo dono atende por Nasser Ghanim Al-Khelaifi.
Muitos já sabem que Al-Khelaifi, frequentador assíduo em partidas do PSG, possuiu uma quantia financeira astronômica. Porém, poucos conhecem o perfil do catari de 43 anos. Cabe destacar que, em busca da tão sonhada Liga dos Campeões, Nasser está perto de desembolsar 222 milhões de euros (cerca de R$ 815 milhões) para recrutar Neymar nas próximas horas.
O dinheiro da transação tem como berço o fundo de investimentos Qatar Sports, que pertence ao mandatário do PSG. Filho de pescadores, Al-Khelaifi, com perdão do trocadilho, nunca esteve tão perto de fisgar um peixe tão ladino, que vem nadando em grande estilo mundo afora.
Nasser Ghanim Al-Khelaifi é próximo do emir do Qatar, Tamim ben Hamad Al Thani, ex-dirigente da Autoridade de Investimento do Qatar - o fundo soberano do país. Antes de investir no clube parisiense, Al-Khelaifi era presidente do grupo de mídia "beIN", canal esportivo que arrebatou os direitos de transmissão de grandes torneios. Chegou ao comando do PSG em 2011, logo após a compra do clube pelo fundo catari.
Tem reforços de peso como aquisições. Ibrahimovic, Thiago Silva, Cavani e, mais recente, Daniel Alves foram atletas que causaram forte impacto no futebol francês. Trouxeram visibilidade, que será potencializada com a chegada de Neymar. Há que se lembrar que Al-Khelaifi chegou a insinuar uma possível demissão do cargo, em junho, após fracassar na Champions, justamente por conta de uma atuação de gala de Neymar nas oitavas de final.
ANTIGA REJEIÇÃO DA TORCIDA
Hoje, Al-Khelaifi é unanimidade no Paris Saint-Germain, sobretudo com a proximidade do acerto com Neymar - a ser protagonista da maior transferência do esporte. Contudo, já foi visto até como estorvo no clube.
A desconfiança diminuiu e a aceitação foi crescendo quando o dirigente decidiu reintroduzir as torcidas organizadas, as "ultras", que estavam banidas das arquibancadas do Estádio Parc des Princes por violência e extremismo político. Retornaram no último ano e, com isso, são gratas ao catari.
Discreto e averso a ostentações, Al-Khelaifi foi eleito em 2015 pela "ESPN" a sétima personalidade mais influente do futebol mundial. Pode subir degraus caso, de fato, feche com Neymar - e, no melhor dos cenários, com Alexis Sánchez, destaque do Arsenal e que também está na mira do magnata.
TENISTA NO PASSADO
Se engana quem acreditava que a única relação de Nasser Ghanim Al-Khelaifi com o esporte se dá de terno e gravata. O catari foi tenista profissional e, de acordo com dados da Federação Internacional de Tênis, ganhou apenas 12 partidas individuais como profissional e acumulou 39 derrotas na carreira, que durou até 2002, quando beirava os 30 anos de idade. A aposentadoria veio com a marca pouco expressiva da posição 995 no ranking da ATP.
Será que, desta vez, Nasser Al-Khelaifi acertará a "raquetada" e fazer o ponto da vida com a chegada de Neymar? Ao que parece, o dono do Paris Saint-Germain tem o match point nas mãos. A confirmar.
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