Por título, jogadores aceitam parcelar salário e evitar abandono do Águia Negra

O Águia Negra atropelou ontem o Operário de Dourados por 5 a 1 e assumiu a liderança do Grupo B do Estadual com 11 pontos e se classificou à segunda fase. Na opinião dos especialistas, é um dos favoritos ao título. Mas e quanto à ameaça do presidente Iliê Vidal de tirar o clube do campeonato? Assunto superado. E segundo o dirigente, por iniciativa dos próprios atletas, empenhados na conquista do título.

Ao Portal Correio do Estado, Vidal disse que em reunião fechada entre a diretoria e o elenco, os jogadores aceitaram parcelar seus salários durante a disputa do Estadual. Ou seja, os vencimentos serão quitados em cinco meses. Enquanto o campeonato dura cerca de três.

"Fizemos uma reunião e se chegou a conclusão que sair do campeonato seria pior do que ficar sem salário", disse o mandatário rubro-negro. "Eles (jogadores) ficariam sem ter onde jogar. Fora do Estado eles não têm mercado, nosso futebol não é muito visto e é a chance deles fazerem seus nomes. Além disso, os estaduais estão mais curtos, os elencos já estão montados. Entenderam que é melhor ficar aqui."

Nesta segunda-feira (15), após fechar as contas da bilheteria com as rendas das vitórias sobre Corumbaense e o Operário de Dourados, resultados que já classificaram o clube para a segunda fase, Vidal diz que até 75% dos salários de janeiro serão quitados.

"Vamos acertar tudo com o campeonato já encerrado. O título ou ao menos a final passa a ser a meta, pois receberemos premiações, teremos rendas maiores e tudo isso somado será suficiente para quitar todas as pendências", disse o dirigente.

A folha salarial mensal do Águia é de R$ 45 mil. Além disso, há gastos como os com alimentação. Vidal diz que após a repercussão do seu desafabo, patrocínios apareceram, além da ajuda de torcedores, mas que o arrecadado é pouco perto que o clube precisa.

Se mesmo com a diretoria abrindo o jogo e o elenco se empenhou em conseguir os resultados necessários, Vidal diz que só resta agradecer a confiança depositada e não poupa alogios aos seus atletas.

"Engasguei, chorei muito, senti na pele o que é ser um jogador de futebol, tudo isso passou pela minha mente, que sou o responsável por 25, 30 pessoas que vieram de longe, deixaram suas famílias, para defender Rio brilhante, representar nossa cidade", completou o dirigente.