O Presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrisul), Jonathan Barbosa, afirmou na manhã desta terça-feira (21) que os pecuaristas sul-mato-grossenses já sofrem com os reflexos da operação Carne Fraca da Polícia Federal, que apontou fiscalização irregular em 21 frigoríficos no Brasil.
Mato Grosso do Sul não tem frigoríficos alvos da operação, mas é um dos maiores produtores de carne do país. “Isso em cadeia vai trazer um dano muito grande. Já começou a trazer. Os frigoríficos já não têm agenda, eles não estão fazendo escala e o produtor preocupado porque tem contas a pagar e a moeda deles, dos pecuaristas, é o boi, é a vaca gorda, é a novilha pronta e ele agora não tem quem compra, se ele não tem como vender, como ele vai pagar a conta?” questiona Barbosa.
De acordo com o presidente da Acrisul, o problema começou afetar pequenos e grandes produtores depois que alguns países importadores anunciaram restrições temporárias à entrada de carne brasileira. Diretores de frigoríficos reclamam que a queda nos preços, para compra e venda, estão inviabilizando os negócios. “Nós temos amanhã uma reunião importante com o superintendente do Banco do Brasil e com os produtores, porque não tem a moeda para pagamento” explica Barbosa.
Governador de MS criticou a operação da PF
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, disse, no domingo (19), durante assinatura de ordem de serviço para reconstrução de uma ponte em Guia Lopes da Laguna, a 213 quilômetros de Campo Grande, que a Polícia Federal prestou um desserviço ao fazer o que ele chamou de “pirotecnia” diante da operação Carne Fraca.
“Não se trata de defender os maus funcionários e empresários corruptos, que devem ser punidos com rigor. O que nos causa preocupação é por que essa pirotecnia, desqualificando toda a carne brasileira. Isso é muito ruim, prejudicial ao mercado e ao país. Será que tem algum pano de fundo nisso tudo?”, questionou.
Somente no primeiro bimestre do ano, Mato Grosso do Sul exportou US$ 48,586 milhões em carnes desossadas de bovino, congeladas; além de US$ 43 milhões em pedaços e miudezas de galos e galinhas congeladas e US$ 23,54 milhões em carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas.
Fonte - G1 MS
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.