Mesmo com os crescentes movimentos de não é não, mulheres reclamam de constrangimentos durante a folia de Carnaval. Neste ano, está em vigor a Lei de Importunação Sexual que estabelece pena de 1 a 5 anos para condutas assediosas que antes passavam desapercebidas ou no máximo eram tipificadas como contravenção penal.
Beijos roubados, passadas de mão, roçar ou encoxar podem ser enquadrados na nova legislação. Mas parece que a medida ainda não chegou aos ouvidos de quem insiste em ser desagradável ao confundir paquera com assédio. A receita se transformar em assediador(a) é simples: precisa ter o consentimento do outro.
A estudante de Direito Emili Reis, de 18 anos, reclama que neste ano há muitos “agarrões” em meio à folia. São aqueles que tentam forçar a barra, insistindo mesmo sem serem correspondidos. “Eles veem a mulher como sexo frágil e pensam que a gente não sabe se defender”, pontua a jovem, que na tarde de domingo (03) curtia a festa de Carnaval na Esplanada Ferroviária.
Abusos
Preferindo não se identificar, a jovem que será chamada de Laura relata que logo na primeira noite de carnaval, sábado (02), por volta das 20h, passou por uma situação constrangedora. “Na fila do banheiro estava eu e minha amiga e chegaram dois rapazes roçando na gente”, contou.
“Também tentaram beijar a força a sobrinha da minha amiga”, completou. Para ela, as condutas inadequadas são estimuladas por competições entre os assediares. “Está rolando no whatts uma brincadeira sobre pontuação das meninas. Por isso mesmo elas não querendo eles insistem, pra aumentar os pontos”, detalha.
Na legislação, as condutas assediosas valem para todos os gêneros. Outra jovem, que também preferiu não se identificar, conta que uma menina apertou sua bunda durante a folia. Para se prevenir, segundo ela, o melhor é permanecer em grupos para inibir as condutas indesejadas.
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