A Justiça do Trabalho derrubou na tarde desta quinta-feira (22) a liminar que determinava a volta do expediente de 30% do efetivo dos bancários que trabalham em unidades conveniadas ao poder público. A primeira decisão foi concedida na sexta-feira (16) atendendo a pedido da seccional sul-mato-grossense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Na época, a Ordem alegou que, com as agências fechadas, os advogados não poderiam cumprir mandados de pagamento e liberação de valores que estão em contas judiciais. Porém, a decisão foi contestada judicialmente pela Seeb-CG (Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região).
Ontem, o desembargador Federal do Trabalho, João de Deus Gomes de Souza, deu ganho ao sindicato, cassando a liminar anterior. "Não há prova contundente de que a greve tenha se desencadeado de forma abusiva, encontrando-se dentro dos limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o movimento paredista", frisa o magistrado.
Ainda de acordo com a decisão, a OAB não detém legitimidade para propor tal ação e, por isso, a medida de obrigar o retorno de expediente em 30% foi tomada em desacordo com a Constituição e legislação.
"Sempre agimos dentro do que determina a lei da greve. No entanto, entramos com essa ação porque não podemos aceitar que um direito garantido pela constituição fosse violado", comenta o presidente do Seeb-CG, Edvaldo Barros.
17º dia de greve - A greve dos bancários em todo o país completou o 17º dia nesta quinta-feira (22) sem previsão de término, já que ainda não há uma nova data para que funcionários e patrões se reúnam para negociar. Os bancários pedem reajuste de 14,78%, enquanto os bancos oferecem apenas 7% - valor abaixo da inflação, de 9,78%.
Hoje, das 160 unidades bancárias existências em Campo Grande e cidades da região, englobadas pelo Seeb-CG, 144 permaneceram sem atendimento, o que representa 90% de adesão à paralisação.
Na próxima segunda-feira (26), quando a greve completa 21 dias, o Comando Nacional dos Bancários se reúne em São Paulo, onde ocorrem as negociações com os patrões, para avaliar as paralisações e mobilização desta greve, já considera a maior da história da categoria. Eles vão definir os próximos passos da paralisação.
Fonte - Campograndenews
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