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08/04/2019 às 14:38, Atualizado em 08/04/2019 às 16:39

Após acidente de trabalho com 64 professores, mestres participam de palestra sobre saúde e segurança

Os casos resultaram em 774 dias de afastamento da atividade profissional.

Professores da rede pública de ensino participam hoje (8), da palestra “Educação é lugar de saúde, não de doença”, promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região. O evento faz parte do Movimento Abril Verde, mês de prevenção aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

No ano passado, cerca de 64 professores sofreram acidentes de trabalho, sendo que pelo menos nove desses casos foram relatados como “ataque de ser vivo”, o que sugere casos de agressões. Os casos resultaram em 774 dias de afastamento da atividade profissional.

De acordo com o CONCAT (Sistema para Consulta Online de Dados da Comunicação de Acidente de Trabalho), foram registrados 26 acidentes com cozinheiros e três com faxineiros em escolas do Município.

A palestra será ministrada pelo psicólogo e escritor Rossandro Klinjey, especialista em assuntos como comportamento, educação e família, com entrada franca e os convites já estão esgotados. O evento será realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, a partir das 13h30 para credenciamento e abertura às 14h30, e terá a presença do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Lelio Bentes Corrêa, que estará em Campo Grande durante toda a semana que vem para a correição ordinária do TRT de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Gestor Regional do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, juiz Márcio Alexandre da Silva, o adoecimento de professores e os casos de agressões em escolas motivaram o TRT/MS a promover a discussão sobre a saúde desses trabalhadores. “Como o próprio tema da palestra sugere, educação é lugar de saúde, não de doença. No entanto, a cada ano cresce a notificação de acidentes típicos envolvendo os professores. Em 2017 foram 23 acidentes notificados e, em 2018, esse número quase triplicou, com 64 acidentes notificados. Isso sem falar dos adoecimentos mentais, que existem, mas que não aparecem nos dados oficiais por conta da subnotificação”, pondera o magistrado.

Panorama

Mato Grosso do Sul registrou 8.331 acidentes de trabalho e 32 mortes, em 2018. No ano anterior, foram 8.091 casos com 38 óbitos, uma queda de 16% nos acidentes fatais. As profissões com maior número de notificações são alimentador de linha de produção, coletor de lixo domiciliar, técnico de enfermagem, trabalhador rural e motorista de caminhão.

Campo Grande é responsável por 41% do total de acidentes no Estado, com 3.405 casos registrados no ano passado, quase 10% a mais em relação a 2017. Dourados aparece em segundo lugar com 794 notificações. O município apresentou um aumento de 18%, o que se deve especialmente aos acidentes ocorridos no setor frigorífico, em 2018. Três Lagoas é o terceiro no ranking de acidentes de trabalho, com 580 casos, o que representa uma queda de 15% se comparado a 2017.

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