O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira que é possível garantir que a população brasileira seja vacinada contra a covid-19 até o final deste ano, mas aproveitou para reiterar apelo a países que possuem doses excedentes que compartilhem os imunizantes.
"Temos doses suficientes já, para o segundo semestre, e é possível se garantir que até o final do ano de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente vacinada", disse o ministro ao participar remotamente de entrevista coletiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra.
Segundo dados do Ministério, até o momento 28,9 milhões de pessoas receberam ao menos a primeira dose de uma vacina contra covid-19 e 13,2 milhões receberam as duas doses. A estimativa é que a população a ser vacinada seja de 170 milhões de pessoas e todos os imunizantes com os quais o Brasil fez acordo de compra são aplicados em duas doses, exceto o da farmacêutica Janssen, que deve vender 38 milhões de doses ao país.
"Reiteramos nosso apelo àqueles que possuem doses extras de vacinas para que possam compartilhá-las com o Brasil o quanto antes possível, de modo a nos permitir lograr avançar em nossa ampla campanha de vacinação, de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas linhagens e variantes do vírus", afirmou o ministro, que também rejeitou a ideia de que há atraso na vacinação no Brasil.
Antes mesmo de iniciar sua apresentação, Queiroga prestou condolências à vítimas da covid-19 e seus parentes. O Brasil ultrapassou, na quinta-feira, a marca de 400 mil mortos pelo novo vírus.
"Desejo expressar meus sinceros sentimentos por todas as vítimas da covid-19 no Brasil e no mundo, e me solidarizar com seus familiares por tamanha perda", disse.
Ao lembrar que comanda o ministério há aproximadamente um mês, Queiroga afirmou que sua atuação prioriza duas frentes: a aceleração da vacinação, por um lado, e a orientação da população sobre o que chamou de medidas "não farmacológicas cientificamente comprovadas a serem seguidas no combate à Covid-19", como máscaras, higienização das mãos e distanciamento físico, por outro.
O ministro afirmou ainda que trabalha e forma a conciliar medida sanitárias com a necessidade de assegurar o emprego e a renda da população.
Queiroga também disse que os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) têm capacidade de resistir a pressões políticas, ao ser questionado sobre a decisão do órgão regulador de rejeitar pedido de importação da vacina russa contra covid-19 Sputnik V.
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