Oito a cada dez pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras. A estatística chocante foi revelada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste domingo (18).
Entre as 6.357 vítimas de violência policial no ano passado, 99% era formada por homens. O levantamento é elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O estudo se baseia em boletins de ocorrência fornecidos por 23 estados. Acre, Amapá, Amazonas e Rio Grande do Norte não revelaram os dados.
Outra taxa que chama a atenção no levantamento é o aumento da violência policial em relação ao ano anterior, que registrou 6.175 vítimas. Houve, portanto, um crescimento de 2,9% na quantidade de mortos por agentes do estado.
Para Renato Sergio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país ignora uma questão racial que é evidente.
"A gente está olhando para os números e percebendo que, enquanto o Brasil faz de conta que não tem problemas raciais, um racismo estrutural que organiza as relações sociais do país, quem morre e quem mata são exatamente proporcionalmente muito mais negros do que brancos", avalia Lima ao UOL.
Além do aspecto racial, chama a atenção no levantamento o recorte por faixa etária, que expõe que os mais atingidos pela violência policial são os jovens: 23,5% (15 a 19 anos), 31,2% (20 a 24 anos) e 19,1% (25 a 29 anos)
Também do lado dos agentes do Estado a situação é dramática. De acordo com o Anuário, 65% dos policiais assinados eram pretos ou pardos. Foram 172 óbitos entre policiais civil e militares (62 durante o expediente).
Para cada policial assassinado no Brasil em 2019, 37 pessoas foram mortas por policiais, segundo o levantamento.
Outro recorte que chama a atenção diz respeito à população carcerária do país. De acordo com o Anuário, 755.274 pessoas estavam presas no ano passado. Desse montante, 66,7% eram negras e 32,3% eram brancas.
Com informações do site - Yahoo Notícias
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