costureira Maria Ruiz Vertuan, 72 anos, que promoveu uma ação de solidariedade em Jaú (SP), costurando máscaras e as oferecendo de graça à população em um varal montado em frente ao portão de sua casa, em maio do ano passado, morreu vítima de covid-19.
Ela morreu na última terça-feira (26).
A costureira começou a costurar máscaras para ocupar seu dia durante o isolamento, minimizar os efeitos de uma depressão e ainda ajudar as pessoas que não tinham condições de comprar o acessório de proteção.
Ao site G1, o filho de Maria, Carlos Roberto Vertuan, 46 anos, contou que a a mãe teve uma evolução rápida e violenta da doença, morrendo em menos de uma semana após apresentar os primeiros, e ainda leves, sintomas.
Segundo ele, a mãe reclamou de um mal-estar na quarta-feira (20) e foi levada a uma unidade de saúde. No sábado (23), já com falta de ar, voltou ao hospital e ficou internada, no respirador.
Na segunda-feira (25), Maria foi para a UTI, com intubação e, na terça-feira (26), chegou a ligação com o anúncio da sua morte. Ela foi enterrada no mesmo dia, sem velório, no cemitério municipal de Pederneiras, onde tinha parentes.
“Desde que começou essa pandemia minha mãe ficava só com a gente, eu, minha esposa e minha filha, que moramos ao lado. Ela não saía para quase nada, apenas para ir ao médico, a uma farmácia. Não acreditamos que aconteceu com a gente”, diz o filho.
Segundo ele, a mãe estava ansiosa com a chegada da vacina e fazia planos.
“Ela sempre falava da vacina, agora que começou a chegar ela estava esperançosa, sempre repetindo pra sua neta frases como ‘logo tô vacinada’. Mas não deu tempo”, lamenta.
Apesar da tristeza, João Carlos destaca a lição que Dona Maria deixou para a família, com ações solidárias como a de fazer máscaras para quem não podia comprá-las.
“Minha mãe sempre teve bom coração, sempre ajudou as pessoas, e nos deixou a lição de que devemos ajudar sempre que pudermos”, diz.
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