Publicado em 21/08/2016 às 11:35, Atualizado em 21/08/2016 às 13:55
Maior gasto da empresa desde a Copa de 2014, o Grupo Globo investiu quase US$ 250 milhões (R$ 800 milhões) somente na Rio 2016, segundo levantamento feito pela coluna junto a executivos de outras emissoras. Procurada, a Globo se recusou a revelar valores.
Segundo o mercado, a Globo gastou pelo menos US$ 40 milhões só com direitos de transmissão do evento, além de outros US$ 80 milhões entre permuta e pelo título de patrocinador de mídia dos Jogos Olimpicos.
Além disso, a emissora carioca gastou algo em torno de US$ 120 milhões em produção, infra-estrutura, equipes, logística, pessoal, alimentação, hospedagem, transporte e custos de produção de reportagens, inclusive uma imensa série apresentada nos meses antecedentes à Rio 2016.
Não está nessa conta ainda outros US$ 100 milhões que o Grupo Globo já pagou pelos direitos de transmissão de todas as Olimpíadas até o ano de 2032. São direitos referentes não só à TV, mas para internet, celular etc.
A Record, por sua vez, gastou no total US$ 44 milhões na Rio 2016, entre direitos e gastos com produção. A Band também gastou outros US$ 40 milhões, valor que deve ser diluído na já tradicional parceira da Globo.
Procurada duas vezes nos últimos 15 dias, a Globo, por meio de sua Central de Comunicação, disse que não poderia comentar os gastos ou investimentos na Rio 2016 "porque são dados sigilosos e estratégicos".
RESULTADO
Com exceção da Globo, é provável que Band e Record amarguem prejuízos na contabilidade final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A quantidade de dinheiro investido superou em muito os valores fechados por cotas de patrocínio e publicidade nessas duas emissoras.
Mesmo no caso da Globo, avaliam fontes do mercado ouvidas pela coluna, é provável que a emissora talvez consiga apenas "zerar" as contas, sem obter lucro relevante.
Por outro lado, o investimento feito pela Globo mostra que a emissora está "marcando posição" na cobertura esportiva e que certamente nunca mais deixará escapar de suas mãos uma olimpíada, como ocorreu com Londres 2012.