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19/06/2018 às 08:48, Atualizado em 19/06/2018 às 10:49

Golpe no WhatsApp tem políticos como principal alvo

De acordo com informações do UOL, desde março, pelo menos 20 políticos tiveram seus números clonados como parte do golpe.

Imagine que você recebe uma mensagem pelo WhatsApp de um contato conhecido, normalmente um familiar ou amigo próximo, pedindo que você faça uma transferência que ele próprio não é capaz de realizar. Se o grau de intimidade for grande, você atenderia ao pedido, certo? Pois é justamente esse o modus operandi de uma quadrilha de criminosos que visa, principalmente, políticos, secretários e outros membros do governo em Brasília, em uma nova onda de golpes que parece contar até mesmo com integrantes dentro das operadoras de telefonia.

As mensagens que levam aos depósitos vêm de números legítimos, efetivamente usados pelos contatos da vítima, o que faz com que ela seja levada a realizar as transferências. A conversa segue o mesmo roteiro, com o perfil, agora sob controle dos golpistas, perguntando em qual banco o alvo possui conta e, na sequência, solicitando o envio de pagamentos e prometendo um reembolso no dia seguinte, com a alegação de que o contato não seria capaz de realizar, ele próprio, o depósito.

De acordo com informações do UOL, desde março, pelo menos 20 políticos tiveram seus números clonados como parte do golpe. Estariam na lista, por exemplo, Carlos Marun, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo, Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, Osmar Terra, líder da pasta de Desenvolvimento Social e Agrário e Fernando Coelho Filho, que dirigia o setor de Minas e Energia até abril deste ano.

Uma das vítimas também foi a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti, em um golpe que teria levado quatro amigos ao envio total de cerca de R$ 8 mil aos criminosos. Na ocasião, também em março, ela informou aos contatos sobre a clonagem de seus números por meio do Facebook e disse também iniciado ação legal para chegar aos bandidos.

O golpe, porém, é bem mais antigo e já estaria acontecendo desde 2016, com direito a prisão de seis integrantes de uma quadrilha no Maranhão e a descoberta do envolvimento de um funcionário da operadora Vivo, responsável por retirar os números originais do ar e os atribuir a novos chips, usados pelos golpistas. No caso ocorrido com Borghetti, duas prisões foram efetuadas, também no estado da região Nordeste, com os bandidos utilizando um login administrativo também da Vivo para realizar a mudança nos números.

Casos de clonagem de números em outras empresas, como Oi e Tim, também já foram registrados. Normalmente, o usuário percebe o problema quando vê seu celular saindo do ar, notando a realização do golpe quando amigos, por e-mail e outros meios de contato, começam a enviar comprovantes de depósito.

O problema se torna ainda pior quando, ao terem acesso ao número clonado, dependendo das configurações de backup de cada usuário, os golpistas podem também ler informações confidenciais, tendo acesso a registros pessoais ou dados que podem ser usados em novos golpes. Não teriam sido registradas ocorrências desse tipo, entretanto.

Como se proteger

A melhor maneira de se manter livre esse tipo de golpe é ativar o sistema de verificação em duas etapas do WhatsApp. Assim, o sistema passa a exigir não apenas a tradicional verificação por SMS (que se torna inútil no caso da clonagem, pois o golpista passa a ter domínio do número original), mas também uma senha de acesso, que deve ser de conhecimento somente do usuário original.

Para fazer isso, basta acessar a tela de configurações do aplicativo e, no menu Conta, ativar a opção de “Verificação em duas etapas”, inserindo uma senha segura. Um e-mail também é exigido como parte do processo, como método adicional de verificação no caso de a senha original ser esquecida.

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