Publicado em 11/07/2019 às 09:00, Atualizado em 10/07/2019 às 17:15
Até março, quase 6 mil deixaram de ser beneficiárias.
Os planos de saúde que prestam serviço em Campo Grande registram queda na quantidade de beneficiários há pelo menos três anos. Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) apontam que 72.748 pessoas deixaram de ter plano de saúde na Capital desde outubro de 2017 até março deste ano. Ou seja, em 17 meses houve redução significativa de usuários.
Nos três primeiros meses de 2019, entre janeiro e março, mais 5.939 pessoas deixaram de ser beneficiárias de algum plano de saúde. Entretanto, o movimento parece ser inverso ao interior do Estado, onde houve aumento de 6,6 mil pessoas que passaram a contar com a saúde suplementar.
“A queda na quantidade de pessoas que adquirem os planos teve início de dois ou três anos para cá. No interior, provavelmente, há oferta maior de planos acessíveis, populares, por isso houve aumento. A pessoa paga uma mensalidade muito menor. E esse tipo de oferta, planos menos conhecidos, tem bastante”, explica a advogada especialista em direito médico e da saúde e presidente da Comissão do Biodireito da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-MS), Giovanna Trad.
Entre outubro de 2017 e dezembro de 2018, a queda de usuários dos planos de saúde foi de 66.809, o que ajudou a sobrecarregar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS). Reportagem publicada pelo Correio do Estado em fevereiro deste ano mostrou que a rede municipal de saúde também sentiu o impacto. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), no ano passado, foram 987.366 atendimentos nas unidades básicas de saúde de Campo Grande, contra 844.434 em 2017.
Já os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que o número de beneficiários na Capital tem diminuído desde 2016. Naquele ano, 259.060 pessoas tinham algum plano de saúde, contra 239.305 em março deste ano. Uma queda de 8% no número de segurados. Ao mesmo tempo, o número de processos no Tribunal de Justiça envolvendo planos de saúde tem pouca adesão, o que mostra que não acompanha o aumento da judicialização da saúde em todo o Brasil.