Publicado em 13/06/2021 às 16:28, Atualizado em 13/06/2021 às 14:01
Infectologista ressalta que, ao contrário do que afirmou o presidente, pessoas imunizadas podem contrair e propagar a Covid
Ao contrário do anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana, de que o Ministério da Saúde está preparando um estudo para suspender a obrigação do uso de máscaras, médicos e especialistas em saúde reforçam que não é hora de flexibilizar o uso deste Equipamento de Proteção Individual (EPI) no país.
De acordo com o doutor em doenças infecciosas, Everton Lemos, as máscaras de proteção respiratória são um elemento importante, com comprovação científica, que atuam como barreira física para diminuição do risco de contágio e propagação da Covid-19.
Lemos alerta que, para que haja flexibilização do uso de máscaras em quem já foi vacinado contra o coronavírus, é preciso avaliar o cenário epidemiológico.
Até este sábado (12), Mato Grosso do Sul já confirmou 312.392 casos de coronavírus e 7.439 mortes em decorrência da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso de máscara é essencial no controle da pandemia, especialmente em cenários como o do Brasil.
Com uma cobertura vacinal baixa, o país possui mais de 484 mil mortos pela doença.
“Neste momento, não é possível essa flexibilização, visto que temos elevados números de casos, o que indica a presença da força de infecção no Estado”, frisou o especialista.
Conforme Lemos, desta forma, pessoas não vacinadas, imunizadas e aquelas que já tiveram Covid-19, ainda precisam manter rigorosamente os cuidados com a biossegurança.
Segundo o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, com a elevada taxa de transmissão do coronavírus no Estado e no país, mesmo as pessoas já vacinadas podem contrair de forma assintomática a doença, além de transmiti-la.
“A vacina tem uma função primordial de prevenir hospitalização e óbitos. Mas, não controla a transmissão antes de que 70% a 80% da população esteja imune”, reiterou Croda.
Segundo Lemos, somente quando a campanha de vacinação for avançada, em paralelo à redução de casos e taxa de internação, o uso de máscara poderá deixar de ser obrigatório.
“Observamos recentemente o aumento da taxa de letalidade em MS, ultrapassando a 2%. O que mostra a severidade da doença em levar pessoas a óbito”, salientou.
Para Croda, o desuso de máscara em vacinados só poderá ser liberado quando se atingir o patamar de menos de 10 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
“Estamos atualmente com 30 casos por 100 mil habitantes”, alertou.
Com informações do Correio do Estado