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20/10/2022 às 09:00, Atualizado em 19/10/2022 às 20:48

Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação contra meningite

Em Mato Grosso do Sul, cobertura vacinal da meningocócica C está em 60,09%

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Divulgação

Com cobertura vacinal da meningocócica C em 60,09% em Mato Grosso do Sul, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação de crianças e adolescentes contra a meningite. Conforme o órgão, a proteção do público-alvo evita o adoecimento e surtos da doença. No último mês, cinco casos da doença meningocócica (DM) do sorogrupo C, foram confirmadas em São Paulo, tipo mais frequente no Brasil entre as meningites bacterianas.

Conforme o Ministério da Saúde, a doença é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.

No Brasil, a doença é considerada endêmica, e casos podem ser identificados durante todo o ano, com ocorrências ocasionais de surtos e epidemias ocasionais.

Conforme o ministério, as maiores notificações das meningites bacterianas são mais comuns no outono e inverno e das virais na primavera e verão. A vacinação é a forma mais eficaz de evitar infecção. Sete vacinas são recomendadas e estão disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) nas mais de 49 mil salas de vacinação espalhadas por todo o País. A doença é capaz de provocar sequelas e até morte.

Vacinação

BCG: protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa.

Esquema vacinal: dose única (ao nascer);

Penta: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e 3ª dose aos 6 meses de idade;

Pneumocócica 10-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;

Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção contra os sorotipos dos pneumococos contidos na vacina. É disponibilizada para toda a população indígena acima de 5 anos de idade, sem comprovação da vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada). Para a população a partir de 60 anos de idade (institucionalizada), a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada 5 anos após a dose inicial;

Pneumocócica 13-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: indivíduos ≥ 5 anos de idade, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);

Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Esquema vacinal: 1ª dose aos 3 meses de idade; 2ª dose aos 5 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;

Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. Esquema vacinal: uma dose em adolescentes de 11 e 12 de idade, a depender da situação vacinal.

Prevenção

Causada por diferentes agentes infecciosos, para alguns destes existem medidas de prevenção primária, como vacinas e quimioprofilaxia (uso de antibiótico). A vacinação ainda é considerada a forma mais eficaz na prevenção.

No enfrentamento de um surto de doença meningocócica, a vacinação de bloqueio está indicada a partir de decisão conjunta das três esferas de gestão. A estratégia é definida considerando a análise epidemiológica, as características da população e a área geográfica de ocorrência dos casos.

Ampliação temporária das vacinas

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina meningocócica C para crianças até 10 anos de idade não vacinadas e para trabalhadores da saúde. Da mesma forma, a vacina meningocócica ACWY está sendo ofertada temporariamente para adolescentes não vacinados de 11 a 14 anos de idade.

A vacina meningocócica ACWY (Conjugada) está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes de 11 e 12 anos, mas até junho de 2023 adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão se vacinar. De acordo com o Ministério da Saúde, a ampliação (da vacinação) tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.

A faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade, no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.

Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, entre 2007 e 2020, foram notificados 393.941 casos suspeitos de meningite. Destes, foram confirmados 265.644 casos de várias etiologias, sendo a meningite viral mais frequente (121.955 casos), seguida pela etiologia bacteriana (87.993 casos).

De acordo com o ministério, destas, as mais frequentes foram: meningites por outras bactérias (40.801 casos); doença meningocócica (26.436 casos); meningite pneumocócica (14.132 casos); meningite tuberculosa (4.916 casos) e meningite por H.influenzae (1.708 casos).

Segundo a saúde, 43.061 casos de meningite não especificada, 10.464 casos de meningite por outras etiologias e 2.171 com etiologia ignorada (não preenchida).

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