Publicado em 24/12/2016 às 09:42, Atualizado em 24/12/2016 às 01:43
Para chegar à conclusão da relação, o estudo comparou bebês recém-nascidos com microcefalia e sem microcefalia, nascidos nos mesmos hospitais públicos do Recife e no mesmo período de tempo (entre janeiro e maio de 2016).
Para isso, a médica — formada pela Universidade Federal de Goiás, mestre em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine e doutora pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo — contou com a ajuda de epidemiologistas, pediatras, neurologistas e biológos especialistas em reprodução.
“São cientistas que têm muito interesse, que se empenharam muito, trabalharam em equipes multidisciplinares, com múltiplas universidades e institutos de pesquisa. Esta distinção é para todos os componentes deste grupo. Sinto que só estou representando um grupo de cientistas e profissionais de saúde do Brasil”, afirmou Celina a agência Lusa.
Para chegar à conclusão da relação, o estudo comparou bebês recém-nascidos com microcefalia e sem microcefalia, nascidos nos mesmos hospitais públicos do Recife e no mesmo período de tempo (entre janeiro e maio de 2016).
Analisando o sangue e o líquido cefalorraquidiano (que envolve o sistema central) dos dois grupos, os pesquisadores constataram que 13 dos 32 bebês com microcefalia tinham o vírus zika nas amostras, enquanto os bebês saudáveis não. A partir daí, veio a conclusão de que a epidemia de microcefalia é o “resultado da infecção congênita por zika”, como escreveram os cientistas na pesquisa. O estudo deve continuar e incluirá mais casos a serem estudados.
Além de Turchi, também estão na lista da Nature cientistas como a porta-voz do Ligo, Gabriela Gonzalez, pela detecção das ondas gravitacionais, que mudou a física como a conhecemos; e o astrônomo Guillem Anglada-Escudé, pela descoberta do Proxima b, um planeta com tamanho parecido com o da terra que orbita a Proxima Centauri, a estrela mais próxima do nosso Sol.