Publicado em 14/12/2020 às 10:30, Atualizado em 13/12/2020 às 21:42
Ex-ministro da Saúde ainda endossou procura de outros governadores e prefeitos por acordos para compra de doses da CoronaVac
Apesar de dividirem as mesmas linhas no Democratas, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta tomou lado oposto ao do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, na guerra retórica sobre a vacinação contra a covid-19.
Na semana passada, Caiado disse em entrevista à CNN que o plano estadual de aplicação da CoronaVac, liderado pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), cria pânico na sociedade e não passa de “politização do assunto”.
Neste domingo (13), Mandetta respondeu ao Jornal Midiamax que a crítica de Caiado “é parcial” e “consequência da ausência de política do governo federal”.
Mandetta também endossou o “atalho” tomado por outros governos e prefeituras em negociar a compra de doses diretamente com São Paulo, como fez a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a prefeitura de Campo Grande. O estado disponibilizou 4 milhões de unidades para outros entes.
Em outra alfinetada no ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o ex-titular da pasta lembrou o recuo do general sobre a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac após ser repreendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“É a lógica do absurdo. Não sei quem está mais errado. Se é o general da ativa em recuar ou o presidente em desautorizar”, opinou.
São Paulo começa a vacinar em janeiro de 2021
João Dória anunciou, na semana passada, que São Paulo começa a vacinar contra a covid-19 no dia 25 de janeiro de 2021. Profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas são os grupos prioritários.
Assim, a estimativa é que cerca de 20% dos 46 milhões de habitantes do estado estejam imunizados com duas doses da CoronaVac até o fim de março. Mas, para isso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) precisa aprovar o vacina.
O Instituto Butantan, de São Paulo, desenvolve a CoronaVac em parceria com a fabricante chinesa Sinovac Biotech.
Enquanto isso, o governo federal ainda engatinha e sequer apresentou um plano nacional de imunização. O Brasil só tem acordos fechados para compra de vacinas da AstraZeneca e pelo consórcio mundial CovaxFacility, que somariam cerca de 140 milhões de doses.
Mas os testes da AstraZeneca já são contestados nos Estados Unidos, o que pode indicar uma demora para desenvolvimento e aprovação da vacina.