Publicado em 26/08/2016 às 17:00, Atualizado em 26/08/2016 às 15:44

Mais adolescentes buscam pelos serviços de saúde

Pesquisa do IBGE com estudantes de 13 a 15 anos indica aumento de 14,8% entre 2012 e 2015 na procura por unidades ou profissionais de saúde. Ministério da Saúde oferta caderneta para incentivar maior cuidado entre esse público

Redação,

Adolescentes estão procurando mais os serviços de saúde. Foi o que constatou a mais nova edição da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense 2015), lançada nesta sexta-feira (26/8), no Rio de Janeiro. O levantamento do Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE e o Ministério da Educação, mostra que 55,3% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental recorreram a algum profissional ou unidade de saúde do país no ano passado. O número é 14,8% maior do que o registrado na pesquisa de 2012 (48,2%).

Entre os serviços de saúde mais procurados por eles: 45,1% afirmaram ter ido a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e 22,8% procuraram atendimento em consultórios médicos ou clínicas particulares. Quando perguntados sobre o estado de saúde, 73% dos estudantes têm uma avaliação positiva da própria saúde.

“A Pense é um estudo importantíssimo, com uma amostra que representa o comportamento do adolescente brasileiro e, por isso, uma das ferramentas valiosa que dispomos para orientar nossas políticas públicas para este público. Como, por exemplo, a caderneta do adolescente”, enfatizou Cheila Lima, coordenadora geral de doenças crônicas e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde.

A Pense 2015 levou em conta uma amostra de mais de 102 mil estudantes que cursam o 9º ano (antiga 8ª série) do ensino fundamental em 3.040 escolas públicas e privadas da zona rural e urbana de todo o Brasil, no período entre abril e setembro de 2015. A maioria dos alunos tinha entre 13 e 15 anos. O resultado reflete o comportamento de mais de dois milhões e meio de adolescentes que cursam o 9º ano.

A vacina contra o Papilomavírus Humanos (HPV), incluída em 2014 no calendário básico de vacinação do Sistema Único de Saúde – SUS, também foi tema de perguntas na pesquisa. Do total, 88% afirmaram conhecer a campanha de vacinação contra o HPV. Já o recebimento da vacina foi referido por pouco mais de 74,2% de escolares brasileiros do sexo feminino. Essa estratégia de vacinação prioriza reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de colo do útero, terceiro tipo mais frequente na população feminina e quarta causam de morte de mulheres por câncer no Brasil.

CADERNETA DA SAÚDE – Para dar maior visibilidade ao público adolescente e subsidiar os serviços em saúde na atenção integral, o Ministério da Saúde lançou, no ano passado, a nova edição da caderneta de saúde do Adolescente. A publicação é apresentada em duas versões – uma para ele e outra para ela – e, além de dar suporte aos jovens com relação à saúde bucal, sexual e reprodutiva, vacinação, traz dicas de alimentação saudável e a garantia da avaliação dos seus principais aspectos como crescimento e desenvolvimento.

Além disso, por meio do Programa Saúde na Escola, o Ministério da Saúde em parceria com o da Educação promove ações de saúde e de atividades de prevenção, além de estimular avaliações das condições de saúde dos adolescentes. Já foram promovidos debates sobre temas como alimentação saudável, obesidade, saúde sexual, álcool e outras drogas.

ATIVIDADE FÍSICA – A Pense 2015 apontou um aumento na prática de atividade física. Em 2015, 34,4% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental se classificavam como ativos, ou seja, praticaram pelo menos 300 minutos semanais ou mais de atividade física. Em 2012, o número era de 30,1%.

Apesar de praticarem menos atividade física, os estudantes estão gastando menos tempo com TV. Em 2015, 60% passavam mais de duas horas na frente da TV. Em 2012, eram 78%.

CIGARRO, ALCOOL E OUTRAS DROGAS – O consumo de cigarro pelos estudantes do 9º ano do ensino fundamental, nos últimos 30 dias, caiu de 6% para 5,6%. Desses escolares, 25,8% afirmaram ter comprado o cigarro em uma loja ou botequim.

Já com relação ao álcool, observa-se um aumento. Mais da metade (55,5%) já haviam consumido alguma vez uma dose de bebida alcoólica. O número é maior do que o percentual registrado em 2012, quando 50,3% declararam ter experimentado a bebida. Em relação ao consumo atual de álcool e drogas ilícitas, respectivamente, 23,8% e 4,2% dos estudantes tinham feito uso dessas substâncias nos últimos 30 dias antes da pesquisa.

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA - Os jovens brasileiros estão recebendo mais informações em relação às formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. O estudo mostra que 87,8% dos adolescentes receberam orientação sobre DST e AIDS e 79,2% informações de como evitar gravidez. Mais da metade (68,4%) dos entrevistados também sabiam que era possível adquirir preservativos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo ainda mostra que 27,5% dos jovens já iniciaram a vida sexual. O uso do preservativo na última relação sexual esteve presente em 66,2% dos casos.