Publicado em 03/11/2018 às 15:34, Atualizado em 03/11/2018 às 15:57
A morte da paciente foi confirmada por volta do meio-dia de ontem.
Morreu na Santa Casa de Campo Grande, no fim da manhã desta sexta-feira, dia 02 de novembro, Élda de Campos Amorim, paciente que estava internada há duas semanas e apresentava sintomas de leishmaniose.
Segundo o site Campo Grande News, a confirmação da doença, segundo a assessoria de imprensa do hospital, saiu na última quinta-feira, dia 1º de novembro.
Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul havia registrado outras três mortes por leishmaniose, de acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde). Conforme o hospital, a paciente deste quarto caso deu entrada no dia 22 de outubro, já com o quadro clínico delicado.
Élda chegou a apresentar febre alta e demais sintomas, tenso sido realizados diversos exames laboratoriais, que descartaram diferentes tipos de doenças. As causas dos sintomas só foram confirmadas na véspera do feriado de finados, indicando ser leishmaniose.
A morte da paciente foi confirmada por volta do meio-dia de ontem. A paciente, segundo o hospital, também apresentava sintomas de hepatite.
Ano passado
Em 2017, oito pessoas morreram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul, duas delas em Campo Grande. Este ano, as mortes confirmadas foram registradas em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
A doença
Quando o assunto é leishmaniose, durante muito tempo os cães foram considerados vilões, por serem hospedeiros do mosquito transmissor da doença. Mas o grande influenciador no aumento ou diminuição dos casos da doença é, na verdade, o clima e suas mudanças.
Soa clichê, mas as duas únicas formas das pessoas conseguirem impedir a leishmaniose visceral humana é barrar a criação do mosquito ou cuidar para não ser picado, neste caso, com o uso de repelente. A doença não é transmitida pelo cachorro, mas pela fêmea de um flebotomíneo - o mosquito-palha.
Ele tem características que o assemelha aos mosquitos comuns, mas suas larvas se desenvolvem no solo úmido e em matéria orgânica, ou seja, não precisa de reservatórios de água, como os mosquitos comuns. No Brasil apenas duas espécies têm importância em saúde pública: Lutzomyia longipalpis, que pode ser encontrado em todo País; e Lutzomyia cruzi, restrito a Mato Grosso do Sul.
Nesta versão da doença, os órgãos internos são afetados. Os sintomas costumam se manifestar em torno de 4 a 8 meses depois da infecção, mas podem levar até 2 anos para sua aparição. Nos casos em que o paciente é imunocomprometido, alguns dias podem bastar para que a doença apareça.