Publicado em 13/03/2020 às 13:30, Atualizado em 13/03/2020 às 11:26
Médicos também recomendam que o paciente se prevenia de outras infecções para não debilitar o organismo.
Diabéticos estão entre os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus por dois motivos principais: excesso de glicose no sangue e tendência a inflamação – essas duas condições impedem que o sistema imunológico responda adequadamente a infecções por vírus e bactérias.
Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde colocam quem tem diabetes entre os mais suscetíveis à Covid-19. De acordo com médicos ouvidos pelo G1, os principais fatores que explicam a vulnerabilidade são:
O excesso de açúcar no sangue dificulta o combate a doenças
O processo de inflamação é mais acentuado nos diabéticos
Por causa do sistema imunológico comprometido de quem tem diabetes, alguns sintomas da infecção por coronavírus demoram a aparecer
Veja os cuidados específicos que diabéticos devem tomar:
Controlar a glicemia (índice de açúcar no sangue)
Dieta balanceada e atividade física constante
Tomar vacinas para outras infecções virais e bacterianas
Entenda os riscos para diabéticos
"O excesso de açúcar causa um atordoamento do sistema imunológico. Ele altera a atividade cardiovascular e faz com que o organismo não combata ameaças", explica ao G1 o alergista Marcelo Bossois, membro do projeto Brasil sem Alergia.
O endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explica que diabéticos têm mais tendência a desenvolver inflamações.
"Mesmo a hiperglicemia esporádica, como o pico registrado depois da refeição, diminui a ação dos linfócitos, as células de defesa. Diabéticos têm o processo inflamatório mais exacerbado e ativo, principalmente pacientes com obesidade, o que também sobrecarrega a resposta imunológica", diz o endocrinologista.
Por conta do sistema imunológico comprometido, diabéticos não conseguem dar os sinais de alarmes claros da doença, segundo a infectologista Rosana Richtmann, também da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
"Esses vírus não vão dar febre com intensidade [nos diabéticos]. A doença vai penetrar de forma mais grave e silenciosa", afirma a médica.
De acordo com o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, de todos os sintomas que diabéticos com Covid-19 têm, o mais intenso é a falta de ar.
"Os infectados vão perceber a necessidade de fazer inspirações mais longas e também que estão mais ofegantes. Eles podem evoluir rapidamente para um quadro de Síndrome da Angústia Respiratória Aguda [Sara], que é a insuficiência respiratória mais grave."
Mais recomendações para diabéticos
O controle da glicemia é a medida mais eficaz para proteger diabéticos de infecções. Outras orientações são a dieta balanceada e a atividade física constante
Médicos também recomendam que o paciente se prevenia de outras infecções para não debilitar o organismo.
"Toda vez que o paciente tem uma infecção aguda, na fase da convalescênça, com toda a atenção da imunoglobulina combatendo um agente agressor, o paciente fica mais suscetível a ter uma dupla infecção", explica a a infectologista Rosana Richtmann.
Os especialistas também citam cuidados básicos para evitar o contágio do coronavírus: lavar as mãos, evitar tocar o rosto sem higienizar as mãos e evitar aglomerações.
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Fonte - G 1