Publicado em 25/08/2018 às 09:11, Atualizado em 25/08/2018 às 10:04

Em 16 anos, tuberculose matou quase mil pessoas em Mato Grosso do Sul

Cerca de 60 pacientes morrem por ano, mas autoridades destacam que doença tem cura com diagnóstico precoce.

Redação,
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Foto: Reprodução Agência Brasil

A tuberculose, doença infecciosa e transmissível causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, matou quase mil pessoas em Mato Grosso do Sul entre os anos de 2001 a 2016. A média de mortes é de cerca de 60 pessoas por ano, sendo Campo Grande e Corumbá locais que concentram grande atenção do poder público.

A doença tem cura, no entanto, é preciso observar e fazer o tratamento correto até o final. Em MS, em 2016, o índice de abandono do tratamento foi de 11,1%, relativamente baixo em relação ao resto do país. Isso ocorre, segundo a Saúde, porque nos primeiros dias de medicação os sintomas desaparecem e o doente acredita estar curado.

Por conta do abandono do tratamento, o ministério destaca que, nesta fase, é preciso obedecer aos princípios básicos da terapia medicamentosa. A esses princípios, soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose, que consiste na ingestão diária dos medicamentos da tuberculose pelo paciente, sob a observação de um profissional da equipe de saúde.

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Divulgação

Sintomas

O principal sintoma da tuberculose é a tosse persistente, por mais de três semanas, na forma seca ou produtiva, com produção de muco ou catarro. Outros sintomas podem estar presentes como falta de apetite e ou emagrecimento, febre baixa, geralmente à tarde, suores noturnos, cansaço, dores no peito e falta de ar.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, por ano, o Estado registra média de 900 casos. A porcentagem de cura em Mato Grosso do Sul, em 2016, foi de 67,3%, conforme o Ministério da Saúde. A incidência doença no Estado é maior entre os homens. Em 2014, por exemplo, houve um total de 812 casos, sendo 612 em homens e 200 em mulheres. Em 2016, a faixa etária que mais contraiu a doença foi de 15 a 59 anos, sendo 662 casos de um total de 812 naquele ano.

Em Campo Grande, os hospitais São Julião e Universitário são referências no tratamento da doença. Somente no HU, na última semana, três pacientes foram investigados por suspeita de tuberculose. Agora, somente um está em observação da equipe médica.

Informações detalhadas de pacientes não são divulgadas, pois como a doença é transmissível pelo ar, os doentes acabam ficando estigmatizados e sofrem preconceito.

Presídios

O médico infectologista Júlio Croda, da Universidade Federal da Grande Dourados, informou a Agepen que, dos novos casos de tuberculose identificados na população em geral, 20% se encontram em presídios.

Diante da alta incidência da tuberculose nesses estabelecimentos, em novembro de 2017, a Agência Estadual de Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul realizou uma ação de combate à doença nos presídios de Campo Grande e Dourados.

Transmissão

A transmissão é aérea e ocorre a partir de partículas de saliva expelidas pela tosse, espirro ou fala de doentes com tuberculose pulmonar ou laríngea.

A prevenção passa pela vacinação das crianças com a BCG, investigar e examinar os contatos das pessoas doentes e manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados como talheres, copos, entre outros.

Todo dia 24 de março, data do Dia Mundial da Tuberculose, a SES promove ações nas unidades de saúde em todo o estado com faixas e cartazes mostrando, principalmente, que a tuberculose tem cura.

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