Em alerta divulgado nesta segunda-feira (30), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) chama atenção para mais um vírus respiratório que causa doenças como a bronquiolite e a pneumonia e atinge crianças de até 2 anos: o VSR (vírus sincicial respiratório). O vírus faz parte do rol de doenças que são contabilizadas no país como SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Levantamento da Fundação mostra tendência de crescimento desses casos nas próximas seis semanas em Mato Grosso do Sul.
Boletim Infogripe produzido pela Friocruz em parceria com o Ministério da Saúde mostra que até a semana passada, Mato Grosso do Sul tinha 75% de probabilidade de crescimento de casos da SRAG nas próximas três semanas e 95% de chances dos casos aumentarem em até seis semanas.
Em Campo Grande, segundo o levantamento, desde o final de abril há crescimento de registros de casos notificados. A taxa de incidência da doença, que é a média de casos a cada 100 mil habitantes, está acima de 5 e nas próximas semanas deve se aproximar da taxa 15 de incidência. A Fiocruz não divulga números absolutos de casos, apenas taxa de incidência e a tendência das próximas semanas.
Em relação à faixa etária dos doentes, os pesquisadores avaliam que os casos têm apresentado maior aumento entre as crianças de 0 a 9 anos. Entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos também há elevação de casos.
O período do outono e do inverno é tradicionalmente quando mais circulam vírus respiratórios no Brasil. Especialistas afirmam que o isolamento praticado nos últimos anos para combater a Covid-19 contribuiu para aumento de casos de outras doenças respiratórias, principalmente em crianças, que agora são expostas a novos vírus que até então elas não tiveram contato.
No alerta, a Fiocruz afirma que o VSR é responsável por até 75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias. Inicialmente manifestada como resfriados, as doenças podem evoluir rapidamente para gravidade. Os especialistas detalham que o vírus é muito contagioso, sendo transmitido pelo ar, por toque e por objetos contaminados.
Evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas – sobretudo nos primeiros três meses de vida. Manter os ambientes com ventilação adequada, lavar as mãos com sabão ou usar álcool em gel, além de máscaras são medidas que favorecem a redução da transmissão viral.
Outra situação que contribui para o perigo das doenças causadas pelo VSR está o fato de não haver vacina contra o vírus. Manter a caderneta de vacinação atualizada, contudo, é uma das principais indicações dos especialistas.
Covid-19 também preocupa
Outro vírus respiratório que está no monitoramento frequente das autoridades de saúde é o coronavírus. Nos últimos 5 dias, Mato Grosso do Sul registrou 1.980 novos casos e a SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde) monitora o crescimento de casos.
Gerente técnica de Influenza e doenças respiratórias da SES-MS, Livia de Mello disse ao Jornal Midiamax que o aumento vem sendo monitorado pela secretaria nos 79 municípios do Estado e que desde a última semana de abril já se identificou um avanço da doença.
“Os números mostram aumento de positividade, mas é importante destacar que não estamos em uma nova onda porque aumento de casos em uma ou duas semanas não representa tendência de nova onda”, explica.
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