A Universidade Johns Hopkins, referência na contabilidade de estatísticas globais da pandemia de Covid-19, interrompeu neste sábado a contabilização de dados sobre a doença no Brasil, terceiro país do mundo com mais mortos e o segundo em número de casos. Desde o início da crise sanitária, em março, a instituição disponibilizava informações com base nas divulgações feitas pelo Ministério da Saúde e as utilizava para posicionar o país em um ranking de nações afetadas.
Durante a noite da última sexta-feira, a plataforma que o ministério utiliza para tornar os números públicos exibiu um aviso de manutenção. Depois, ao voltar ao ar neste sábado, a plataforma deixou de exibir os totais de casos confirmados e de mortos infectados pelo novo coronavírus. São esses dados que a Johns Hopkins costuma contabilizar.
Agora, a ferramenta da pasta brasileira exibe apenas confirmações, óbitos e recuperados registrados nas últimas 24h.
Bolsonaro confirma mudanças
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou, na manhã deste sábado, as mudanças na divulgação de dados da Covid-19, no país. " Para evitar subnotificação e inconsistências, o Ministério da Saúde optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo. A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão", escreveu ele no Twitter, citando nota do Ministério da Saúde.
Enquanto a pandemia avança no Brasil, com recordes em número de casos e mortes registradas diariamente, o Ministério da Saúde vem atrasando a divulgação dos dados, que só saíram depois de 21h30, desde quarta-feira, após os principais telejornais do país finalizarem suas edições. A disponibilização dessas informações já havia sido transferida das 17h para as 19h, anteriormente.
O presidente também disse que "a divulgação dos dados de 24 horas permite acompanhar a realidade do país neste momento e definir estratégias adequadas para o atendimento a população. A curva de casos mostram as situações como as cenários mais críticos, as reversões de quadros e a necessidade para preparação".
Em seguida, continuou: "Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnóstica."
Ainda, segundo ele, "as rotinas e fluxos estão sendo adequados para garantir a melhor extração dos dados diários, o que implica em aguardar os relatórios estaduais e checagem de dados".
Com informações do Jornal O Globo
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