Publicado em 29/03/2018 às 16:00, Atualizado em 29/03/2018 às 14:33
Até ano passado, MS ocupava a 4ª colocação no ranking dos maiores doadores.
Em menos de um ano depois de o Estado de Mato Grosso do Sul atingir a confortável 4ª colocação no país em números de doações de órgãos, no ano de 2017, a Santa Casa, única captadora de MS, voltou a registrar queda nas doações, gerando preocupação nos profissionais da área.
O número de famílias que passaram por entrevistas e recusaram a doação dos órgãos dos seus entes aumentou de forma significativa este mês.
Das três famílias entrevistadas para a doação de múltiplos órgãos na instituição, todas recusaram-se.
O aumento vertiginoso da negativa foi também para a doação de tecidos, como as córneas. No mês de março a OPO (Organização de Procura de Órgãos) da Santa Casa foi acionada para entrevistar 14 famílias, destas apenas três autorizaram a doação do tecido e 11 famílias não doaram por motivos diversos.
De acordo com a coordenadora da OPO, enfermeira Ana Paula Silva das Neves, o principal motivo das recusas foi o desconhecimento do desejo do potencial doador, explicou a enfermeira.
Nos três primeiros meses do ano, a OPO entrevistou um total de 32 famílias e, segundo os dados da Organização, apenas seis delas aceitaram doar as córneas.
Já para a doação de órgãos dos pacientes diagnosticados com morte encefálica, 21 famílias foram entrevistadas, mas 11 não concordaram com a doação e dez doaram os órgãos dos seus entes.
“Ressaltamos que a melhor maneira de se tornar um doador é avisando seus familiares, pois no momento que ocorre o óbito uma equipe especializada irá conversar com eles a fim de viabilizar a doação junto a família. É muito importante que eles saibam do desejo do ente querido”, explica.
Até este mês de órgão, o hospital registrou três transplantes de rins e córneas. Já em 2017 foram 17 transplantes de rins e córneas e 35 captações de órgãos que beneficiaram pacientes de Mato Grosso do Sul e de outros estados do país.