Publicado em 08/02/2018 às 15:00, Atualizado em 08/02/2018 às 13:56
Criado pelo médico francês Jean-Michel Gracies, a ferramenta visa auxiliar pessoas que estejam em processo de reabilitação por ter sofrido algum AVC.
Na corrida da evolução tecnológica aliada à saúde, um grupo farmacêutico disponibilizou no Brasil o primeiro aplicativo de autorreabilitação para auxiliar pacientes com sequelas pós-AVC: o i-GSC (Guided self rehabilitation contract, ou guia de autorreabilitação guiada).
Criado pelo médico francês Jean-Michel Gracies, a ferramenta visa auxiliar pessoas que estejam em processo de reabilitação por ter sofrido algum AVC.
Segundo informações, o acidente vascular cerebral é a segunda causa de mortes – são 100 mil por ano – e a primeira de incapacidade no Brasil. Dos 60% que sobrevivem, metade acaba tendo algum tipo de sequela, como perda de força ou espasticidade, uma espécie de contração muscular que se assemelha a uma cãibra constante.
Muitas pessoas têm dificuldades em se reabilitar. Com o aplicativo, o paciente pode conhecer exercícios de alongamento e treinos ativos que podem ser feitos em casa. O médico precisa fornecer login e senha para o paciente, que terá um cadastro com seu perfil e os dados sobre a deficiência a ser tratada. A partir daí, as prescrições do terapeuta são salvas e atualizadas na plataforma digital. Além disso, estão disponibilizados tutoriais em vídeos e registro diário da execução de cada exercício, para acompanhamento dos profissionais de saúde. O aplicativo é gratuito e está disponível para os sistemas iOS (Apple) e Android (Google) e também para computadores Windows.
O médico fisiatra Tae Mo Chung, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi um dos primeiros profissionais de saúde a utilizarem o i-GSC. “O aplicativo cria um contrato moral”, comenta o professor, que participou de seu desenvolvimento. “O paciente faz as séries propostas e o relatório segue em tempo real para o profissional de saúde. Fizemos um piloto muito bem-sucedido no Hospital das Clínicas, com cinco pessoas de idades diferentes, e a evolução foi positiva. Os exercícios são simples, de modo que todos podem acompanhar, a não ser que as funções cognitivas tenham sido afetadas. Quando o paciente se sente capaz, aumenta sua adesão e, consequentemente, há uma melhora funcional”, conclui. Nesses casos foi tratada a paresia espástica, uma disfunção dos movimentos de um ou mais membros, mas o doutor Tae Mo Chung prevê que a utilização da ferramenta poderá se estender para diminuir sequelas em doenças como esclerose múltipla e paralisia cerebral, entre outras. O aplicativo é gratuito e está disponível para os sistemas iOS (Apple) e Android (Google) e também para computadores Windows.