Nesse tempo de profunda incerteza em todos os aspectos da vida, os profissionais da saúde travam uma dura batalha contra um agente invisível que ameaça e mantém todos refém. Indispensáveis no combate ao Covid-19, esses profissionais estão entre os grupos mais vulneráveis às consequências emocionais e psicológicas da pandemia, por encararem rotinas exaustivas, onde o foco é dar tudo de si para cuidar dos pacientes.
Diante desse cenário, o amparo à saúde mental é essencial. Por isso, encontros de grupo de apoio psicológico estão sendo realizados nas unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), com o objetivo de proporcionar aos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias um espaço de escuta e acolhimento.
O trabalho acontece de forma estruturada conforme o cronograma de atuação da psicóloga, a qual atende à demanda das ESF’s, de caráter primário e promoção à saúde dos pacientes e colaboradores, em que esses direcionam as demandas a serem acolhidas.
Os encontros serão realizados durante dez dias, sendo dois dias para cada unidade de saúde. Às segundas-feiras, o atendimento acontece com a equipe da ESF “Santa Luzia”, e às terças-feiras é a vez da equipe da ESF “Anorinda Marcelina”. Já às quartas-feiras, recebem o acolhimento os profissionais da ESF “Santo Antônio”, e às quintas-feiras os da ESF “Sebastião Martins de Oliveira”.
Segundo a psicóloga responsável pelo atendimento aos colaboradores, a metodologia utilizada para esse suporte ao cuidador é desenvolvida por meio de jogos de integração e compartilhamentos semiestruturados, cujo tema envolve conteúdos manifestos do contexto atual. “Nesses encontros abordamos conteúdos como distanciamento social, reorganização das tarefas, uso excessivo de acesso remoto, cuidados na rotina, as resistências, as angústias, os medos e a qualidade dos afetos”, pontuou Lorena Oliveira.
Considerando a importância de manter a saúde dos cuidadores, Lorena acredita que diante de diversas circunstâncias, para além da pandemia, cuidar-se e cuidar do outro (da equipe, dos pacientes) é uma necessidade. Afinal, o trabalho continuará sendo essencial quando a crise se estabilizar.
“A capacidade de enfrentamento, de flexibilidade diante da vida consiste dentro de cada um. Somos uma construção de internalizações, essas, são a base de quase tudo. Portanto, é muito importante cuidar dos afetos, uma energia que nos sustenta”, explicou a psicóloga Lorena.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.