O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se filiou ao Republicanos nesta quarta-feira (16), com promessa de lealdade e “apoio irrestrito” a Jair Bolsonaro (PL).
O general não integrará a chapa na reeleição neste ano, mas disse contar com o apoio do presidente. Foi lançado também como pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
“Cheguei aqui como vice-presidente do presidente Jair Bolsonaro e ele sabe perfeitamente que tem toda a minha lealdade e apoio irrestrito em seu projeto de reeleição”, disse Mourão em seu discurso.
O seu partido, contudo, ainda que faça parte da base aliada do governo, não fechou apoio à reeleição do mandatário até o momento.
“Isso aí é uma questão que pertence ao presidente Marcos Pereira [do Republicanos]. A minha posição é esta. O partido pode ter outras orientações ai”, afirmou a jornalistas ao final do evento.
Já o dirigente disse, em seguida, que as “conversas [com a campanha de Bolsonaro] estão muito melhores e avançando”.
“Tenho muita confiança que as coisas vão se ajustar o mais rápido o possível”, afirmou.
A filiação do vice-presidente ocorre em meio a um estremecimento do Republicanos, que hoje pode não apoiar a campanha de Bolsonaro.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em fevereiro, Pereira criticou Bolsonaro e disse que o mandatário “atrapalha” a permanência do partido na base do governo.
Desde o ano passado, a legenda cobra gestos do chefe do Executivo e alianças nos estados. Aliados queriam “distribuição” dos chamados puxadores de voto entre os partidos aliados -PP, PL e Republicanos- o que não tem ocorrido.
Durante a janela partidária, que termina em 1º de abril, a maioria dos deputados bolsonaristas acompanhou Bolsonaro e se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto.
Em seu discurso, o presidente do Republicanos disse que o partido sairá maior das urnas de outubro.
“Não em quantidade somente, porque mais importante que quantidade é qualidade”, afirmou Marcos Pereira.
Há ainda a possibilidade de migração do ministro João Roma (Cidadania), único integrante do Republicanos no primeiro escalão, para o PL.
O gesto tem potencial de desagradar a cúpula do Republicanos, mas o presidente está preocupado em garantir palanque no estado. Roma deve se lançar ao governo da Bahia.
O ministro da Cidadania, que estava acompanhando o presidente em Salvador, chegou ao final do evento para prestigiar Mourão.
Marcos Pereira esteve com o presidente Bolsonaro na semana passada, quando participou de um evento com pastores evangélicos. O dirigente é bispo licenciado da Igreja Universal.
Na ocasião, o deputado fez um breve discurso que fugiu dos elogios efusivos que marcaram as falas de outras lideranças evangélicas.
“Deus abençoe o senhor e Deus abençoe o Brasil”, disse.
Com informações da FolhaPress
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