Publicado em 04/04/2023 às 11:30, Atualizado em 03/04/2023 às 22:32
De acordo com a promotoria, o curso apontado no certificado pelo vereador não consta em nenhum lugar da rede mundial de computadores.
O vereador Rener Barbosa (PSDB), de Maracaju, entrou na mira do Ministério Público Estadual após receber cinco diárias para participar de um evento em São Paulo e revelar, em um programa de humor, que tinha ido à passeio e ver um jogo do tricolor paulista. O fato é mais um para a anedota política da cidade.
Conforme o inquérito aberto pela promotora Janaína Scopel Bonatto, o tucano teria ido à capital paulista para participar do 1.125º curso de capacitação de vereadores denominado: “Câmara Municipal – Organização, Competência e Políticas Públicas Municipais.
Rener se complicou ao participar de show de humor de Renato Albani e se identificar como vereador. Inicialmente, o humorista goza do político pelo nome, ao fazer alusão às lojas Renner. Em seguida, ao fato de Mato Grosso do Sul estar na crista da onda com a novela Pantanal, que era exibida na ocasião na TV Globo.
Em seguida, o tucano se identifica como “servidor público” e depois como “vereador”, que acaba vaiado pela plateia. Ele ganha aplausos ao destacar que a sua bandeira é a “educação infantil”.
Ao ser questionado por Albani sobre o que faz em São Paulo, Rener Barbosa acaba deixando a deixa para a promotora: “vim a passeio” e “na verdade vim para assistir ao meu São Paulo”. O tricolor jogou contra o Bragantino pelo Campeonato Brasileiro.
De acordo com a promotoria, o curso apontado no certificado pelo vereador não consta em nenhum lugar da rede mundial de computadores.
Ele não informou também quem foram os palestrantes e os horários das palestras do curso de cinco dias em São Paulo.
O vereador informou ao Midiamax que participou do show de humor no dia 7 de agosto, antes do suposto evento.
Maracaju já tinha ficado famosa pela prisão do ex-prefeito Dr. Maurílio (MDB), acusado de criar uma conta clandestina para desviar R$ 23 milhões dos cofres da prefeitura. Em seguida, houve o pagamento de R$ 1,3 milhão em propina para 11 dos 13 vereadores. Oito ainda exercem mandato e foram afastados do cargo pela Justiça.
Conforme a Operação Mensalinho, denominação da 3ª fase da Dark Money, eles receberam propina com cheque nominal. O dinheiro saiu da conta clandestina.