Enquanto a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) já declarou, nas suas redes sociais, voto no candidato bolsonarista Rogério Marinho, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) ainda não definiu se votará no colega de partido, Rodrigo Pacheco.
Já a senadora Soraya Thronicke (União-MS) disse ao Correio do Estado que ainda está indecisa entre Marinho e Pacheco, mas, mesmo quando definir em qual votará, prefere não revelar.
No entanto, o senador Carlos Portinho (PL-RJ), que auxilia a campanha de Rogério Marinho, afirmou que os votos do União Brasil serão vitais para a definição da eleição e a senadora revelou que foi procurada por ele nesta segunda-feira (23/01).
Tereza Cristina usou sua conta no Instagram para postar um vídeo de apoio à candidatura de Rogério Marinho. Ele inclusive comentou na postagem agradecendo o apoio da senadora eleita.
“É com essa certeza e apoio que vamos em frente na candidatura pela presidência do Senado. Com a graça de Deus e muito trabalho, vamos conseguir trazer de volta o protagonismo e altivez a esta casa tão importante que é o Senado”, disse Rogério Marinho.
Mesmo sendo colega de partido de Pacheco, Nelsinho Trad afirmou, por meio de sua assessoria, que espera pela reunião entre os senadores do partido, para uma posição conjunta. “Ele continua indeciso”, confirmou a assessoria.
Lula x Bolsonaro
Perto de ter confirmado o apoio do PP à sua candidatura, Rogério Marinho tenta reunir em torno de sua candidatura o núcleo de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Casa, liderado pelo bolsonarismo.
O partido terá seis cadeiras no Senado a partir da próxima Legislatura. Somado com os 14 do PL, seriam 20 votos a favor do ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Jair Bolsonaro (PL). Marinho espera contar ainda com o apoio do Republicanos, que terá três senadores.
Em princípio, esses três partidos devem formar a base principal de oposição a Lula no Senado. Dentre os seis senadores do PP, a expectativa das lideranças da própria sigla é de que todos sigam a orientação partidária e votem em Marinho.
Pode haver, no entanto, defecções, já que o voto na eleição da presidência do Senado é secreto. Um dos principais responsáveis pela articulação do PP é o ex-ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PI), ele próprio senador, líder da bancada do PP no Senado e presidente nacional da sigla.
Nos bastidores, Marinho diz que está aberto a conversas com todos os partidos, menos o PT. Senadores a par das negociações afirmam que estão “avançando bastante nas contas de voto e nessa articulação”.
Marinho, senador de primeiro mandato eleito pelo PL do Rio Grande do Norte, é o principal bolsonarista na disputa pela presidência do Senado. Além dele, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se classifica como independente, mas se alinha com as pautas bolsonaristas em diversas votações.
Este, porém, tem chances reduzidas na eleição, já que nem mesmo seu partido, o Podemos, o apoia oficialmente. Os dois candidatos enfrentarão Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado que busca se manter no posto por mais dois anos.
Ele conta com o apoio do governo Lula e de bancadas numerosas, como o PSD (que terá 13 senadores), o MDB (que terá dez) e o PT (que terá nove). O grupo de Pacheco trabalha para que integrantes dos partidos aliados a Marinho fiquem ao seu lado.
Também avaliam que Girão pode tirar votos de Marinho, se seguir na disputa, o que enxergam como benéfico a Pacheco por potencialmente dividir os opositores ao atual presidente do Senado.
Apesar de o PP tender a apoiar um adversário de Lula no Senado, o partido conta com o filiado e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), cada vez mais próximo do presidente da República. Lira, inclusive, conta com o apoio do PT e do PL ao mesmo tempo na Câmara.
Conteúdo Estadão
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