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19/08/2016 às 14:00, Atualizado em 19/08/2016 às 16:02

Sérgio Martins vai investigar carta anônima que envolve cúpula do MPE

O Órgão Especial do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) definiu, por sorteio, que o desembargador Sérgio Martins vai prosseguir com as investigações acerca da carta anônima que teria saído da sede do comando do Ministério Público Estadual, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, e entregue no gabinete do desembargador Paulo Alberto de Oliveira.

A escolha de Sérgio Martins foi confirmada ao Midiamax por fonte que transita na alta cúpula da corte estadual. O assunto carta anônima saída do MPE é zelado no TJ com “segredo interno e externo”.

O caso será tratado pelo TJ porque um inquérito tocado pela Polícia Civil descobrira que o envio da correspondência teria supostamente contado com a participação de integrante da alta cúpula do MPE.

Sendo assim, a investigação exige corte superior porque as suspeitas recaem sobre quem tem o foro privilegiado.

Sérgio Martins, o magistrado que vai investigar a questão, tornou-se desembargador no final de 2007, por indicação do ex-governador André Puccinelli (PMDB).

O INVESTIGADO

Pelo apurado até agora, segundo fontes ouvidas pelo Midiamax, a carta anônima seria uma montagem grosseira e tentaria ligar o promotor de Justiça Marcos Alex, ex-chefe do Gaeco, em vazamentos de informações à imprensa.

Quem endereçou a carta ao desembargador Paulo Alberto, que já comandou o MPE, teria sido Tatiane Armôa, que trabalhava como assessora direta do procurador-geral de Justiça, Paulo Cézar Passos.

Quem mandou a carta até o TJ-MS, segundo as fontes, foi Jean Fernandes, assessor de gabinete do vereador Eduardo Romero (Rede). Jean é marido de Tatiane, servidora do MPE, há mais de década, sem concurso público e que foi exonerada por Passos assim que o caso tornou-se público. Tatiane recebia em torno de R$ 15 mil mensais.

SILÊNCIO

Jean foi ouvido pela reportagem duas semanas atrás, confirmou ser ele o responsável pelo envio da carta, a pedido da mulher. Depois disso, ele recusa a tratar da questão.

O desembargador Paulo Alberto Oliveira, disse ao Midiamax que nada poderia dizer por se tratar de investigação sigilosa.

Marcos Alex afirmou ter ficado surpreso em ter nome implicado no caso e quer pressa e rigor na apuração.

Tatiana Armôa não conversou com a imprensa. O atual chefe do MPE, Paulo Passos, disse também que quer pressa na investigação, contudo, prefere não entrar no assunto para "obedecer ao segredo judicial".

O promotor de Justiça Marcos Alex ocupou missão burocrática dentro do MPE e a sala dele fica perto do gabinete de Paulo Passos, de onde teria saído a carta anônima. Nesta quinta-feira (18), ele foi retirado da função de secretário-geral do órgão para tocar estudos de nova estrutura para combater o crime organizado.

Fonte - Midiamax

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