O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende (PSDB), que também é médico, ajuizou queixa-crime contra a médica Sirlei Faustino Ratier, em que ela é acusada de cometer os crimes de calúnia, injúria e difamação.
Os ataques da médica à Resende foram feitos no dia 22 de janeiro deste ano, na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande, em uma manifestação antivacina, em que não somente Sirlei Faustino Ratier, mas políticos e outras pessoas, dispararam ofensas e inflamaram a população contra a vacinação de crianças contra a Covid-19.
Como prova das acusações, as advogadas de Resende anexaram ao processo trecho de um vídeo de um discurso de Sirlei, em que ela chama Resende de “crápula”, o “intima para um debate sobre sanidade mental”, diz que ele “não é digno de seu CRM (registro no Conselho Federal de Medicina), dentre outras ofensas.
A médica ainda disse, no carro de som que o atual secretário de saúde “teria que ser responsabilizado por todos os efeitos colaterais da vacina no Estado de Mato Grosso do Sul”, e por isso o chamou de “cretino” e que gostaria de proferir tal ofensa na cara dele.
Por fim, ela ainda chamou - sem apresentar qualquer prova - Resende de“assassino”.
O evento, que ocorreu em 22 de janeiro, foi organizado por grupos da direita conservadora e contou, por exemplo, com a participação do procurador de Justiça que teve sua candidatura à prefeito impugnada em 2020, Sérgio Harfouche.
Parecer
Embora a acusada ainda não tenha sido intimada da queixa-crime, o Ministério Publico de Mato Grosso do Sul já deu parecer favorável ao pleito de Resende na Justiça.
“Presentes os pressupostos de admissibilidade, o Ministério Público Estadual, por seu representante, manifesta pelo recebimento da queixa-crime proposta, com a continuidade do feito, isso para que a querelada seja citada para oferecer resposta a acusação e o início da instrução judicial”, afirmou o promotor de Justiça Ricardo Benito Crepaldi.
Apesar das críticas da médica, em Mato Grosso do Sul ainda não houve investigações, nem mesmo relatos oficiais, de reações adversas às vacinas aplicadas em crianças com idade entre 5 e 11 anos.
Desde que a campanha teve início, no fim de janeiro, 124.558 (41% do público-alvo) crianças foram imunizadas com a primeira dose, e outras 3.054 já estão completamente imunizadas.
Com informações do Correio do Estado
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