Publicado em 12/04/2023 às 14:30, Atualizado em 12/04/2023 às 12:17
"Não muda nada. Seguimos independentes e vamos apoiar as pautas que são importantes para o país", diz Luciano Bivar, presidente do partido
A desfiliação da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, do União Brasil não altera a relação do partido com o governo federal, na avaliação do presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).
“Não muda nada. Seguimos independentes e vamos apoiar as pautas que são importantes para o país”, afirma o dirigente à CNN nesta terça-feira (11).
Por sua vez, o ministro de Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha, diz acompanhar o caso “sem precipitação”.
Daniela, que teve a maior votação para a Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro no ano passado, e outros cinco parlamentares eleitos pelo União Brasil pediram em 6 de abril a desfiliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O grupo alega “justa causa” por suposto “assédio” da direção nacional da sigla, o que evitaria a perda dos mandatos dos políticos –pela legislação, as vagas na Câmara pertencem aos partidos, não aos eleitos.
O comando nacional do União Brasil rebate as acusações. Integrantes do partido apontam interferência de forças políticas locais externas ao diretório fluminense, que era presidido pelo marido de Daniela, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro.
Dessa forma, os advogados do partido devem exigir no TSE as vagas na Câmara a que Daniela e os demais deputados ocupam atualmente.
Diante do impasse no partido, que fez indicações para outros dois titulares da Esplanada, o ministro Alexandre Padilha foi encarregado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a acompanhar o episódio.
Em conversa com a CNN, ele afirmou que o Palácio da Planalto tem analisado a disputa interna com “calma” e “sem precipitação”.
Nos bastidores, segundo relatos feitos por assessores do governo, Lula não quer que uma disputa regional se torne a primeira turbulência política de seu terceiro mandato.
O receio é de que o caso possa prejudicar a formação na base governista para a tramitação da nova regra fiscal e da reforma tributária.
No União Brasil, no entanto, deputados e senadores consideram que a ministra tem causado mais ônus do que bônus à gestão petista e que é provável que, na primeira reforma ministerial, ela seja trocada.
Para o Turismo, parlamentares do partido consideram que o favorito em uma eventual mudança ministerial seria justamente Bivar.