Publicado em 26/06/2012 às 11:50, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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O senador Antonio Russo (PR-MS) lamentou em discurso da tribuna do senado na noite desta segunda-feira ( 25/06) o claro descompasso entre o crescimento do número de passageiros e a infraestrutura existente nos aeroportos brasileiros. Ele defendeu critérios rígidos para as concessões de aeroportos, alertando que concessões mal feitas e sem critérios podem prejudicar ainda mais o setor.
Segundo Russo, as ações do governo têm sido de natureza emergencial, sem projetar as necessidades futuras do País. Ele disse que a Infraero não realizou os investimentos necessários ao longo dos anos.
O parlamentar elogiou a iniciativa do governo de recorrer à privatização de aeroportos, mas ressaltou que é preciso realizar o processo com mais eficiência e responsabilidade.
Sou inteiramente favorável à parceria com o empresariado; no entanto, a mera transferência para a iniciativa privada não é suficiente para que haja melhoria na qualidade dos serviços de infraestrutura. É preciso mais, disse, ao criticar o fato de os vencedores da licitação da concessão dos aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos, não terem sido empresas operadoras de grandes aeroportos no mundo.
De um lado, houve a temeridade de começar o novo modelo pelos grandes aeroportos, quando o ideal seria começar pelos médios, a fim de verificar o que funciona ou não. De outro lado, exigências maiores deveriam ter sido feitas nos editais para assegurar que a experiência em gestão aeroportuária fosse elemento importante para se participar dos leilões, disse.
O senador citou ainda relatório da agência de classificação de risco Fitch Ratings que considera que a concessão dos três terminais à iniciativa privada permite margem limitada de erro, ou seja, pouca probabilidade de atender a demanda da Copa do Mundo e das Olimpíadas. A agência Standard & Poors também já enfatizou o urgência de o Brasil eliminar seu déficit de infraestrutura para atender grandes eventos esportivos.
O senador acredita que a privatização de aeroportos é uma boa estratégia, desde que seja feita de modo organizado, com um modelo que incentive a participação de empresas experientes e dispostas a investir no setor.
O meu temor é que os governos tem repetidamente falhado em apresentar esse marco regulatório para o setor aéreo. O resultado se materializa nas quase duas décadas de caos, apagões, acidentes, passageiros prejudicados, danos materiais e morais de grande monta, enfim, uma sequência de erros, falhas, equívocos que são imensamente prejudiciais aos interesses do País e de nosso povo, disse.
Assessoria de imprensa