Publicado em 29/05/2012 às 11:42, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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O senador Antonio Russo (PR-MS) lamentou a precariedade e a insuficiência das rodovias brasileiras, que geram o chamado custo Brasil - os gastos adicionais consequentes das dificuldades e dos prejuízos ocorridos durante o transporte de mercadorias para consumo interno ou para exportação.
Em discurso no Plenário do Senado, nesta segunda-feira (28), ele ressaltou que, em virtude da escolha pelo modal rodoviário, o desenvolvimento econômico depende de uma rede de estradas adequada e de boa qualidade para a circulação de mercadorias.
Russo defendeu a privatização das estradas e de outros setores nos quais o Estado não oferece uma boa gestão, como no caso dos presídios, por exemplo.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), elogiou o discurso de Russo e também defendeu a ampliação da participação da iniciativa privada em áreas que estão carentes de boa gestão e de qualidade de serviços.
Segundo Antonio Russo, o modelo de Estado como operador direto de infraestrutura já está superado em todo o mundo desenvolvido. ?O papel natural do Estado reside no planejamento, na regulação e na fiscalização de todo o sistema. Por isso, vemos com bons olhos o anúncio de que o Governo planeja expandir a concessão de 19 novos trechos de nossas rodovias para a exploração da iniciativa privada, afirmou.
Russo citou pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), segundo a qual mais de 66% das estradas administradas pelo poder público foram consideradas regulares, ruins ou péssimas. Enquanto que esse índice foi de apenas 12% nas estradas sob regime de concessão.
O senador explicou que quase nove mil quilômetros de estradas podem passar para o controle da iniciativa privada, que terá a responsabilidade de reformá-las, conservá-las e torná-las seguras para o tráfego de pessoas e mercadorias.
Rodovia da Morte
Russo destacou as vantagens da possível privatização da BR-163, conhecida como rodovia da morte?. Em Mato Grosso do Sul, a BR-163 vai de Bataguassu, passando por Campo Grande, até Sonora. Seus 707 quilômetros de extensão formam a principal via de escoamento da região.
Como representante de Mato Grosso do Sul e da região Centro-Oeste, tenho a exata noção da importância de termos rodovias seguras e bem conservadas. Somos, hoje, o celeiro deste País, a nova e mais frondosa fronteira agropecuária brasileira, e precisamos, cada vez mais, de boas vias de circulação para que a nossa crescente produção possa ser escoada sem percalços ou custos exorbitantes adicionais, defendeu.
O senador ainda aproveitou para destacar a necessidade de o Estado de Mato Grosso do Sul ampliar a malha ferroviária. Estamos reivindicando a construção de dois traçados da Ferrovia Norte-Sul e da Ferrovia do Pantanal em nosso estado. Nossa região é um grande polo produtor, onde estão instaladas grandes fábricas que geram um montante de mais de 10 milhões de toneladas a serem transportadas por ano, informou.