Ruralistas do Conesul do Estado estão solicitando a realização de uma audiência pública na região para debater a questão da demarcação de terras produtivas consideradas indígenas.
O ofício, que partiu do Sindicato Rural de Amambai, Tacuru e Iguatemi, foi entregue recentemente à deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), durante evento que marcou a entrega de retroescavadeiras para prefeituras de municípios da fronteira. Outros parlamentares presentes também receberam o documento.
Na prática, os ruralistas estão pedindo socorro à classe política, em caráter emergencial, na tentativa de conter o agravamento da situação pelas constantes invasões e alargamento das terras para os indígenas.
Os produtores lembram que o próprio governo federal franqueou estas terras, e que agora, passadas décadas de muito trabalho e expansão do agronegócio, querem simplesmente tratar a classe como bandidos.
A agropecuária hoje é de fazer inveja, é uma das áreas responsáveis pela expansão do agronegócio do País, atrativo de divisas externas para a nação. A classe produtora não pode ser responsabilizada pela população indígena que desde a sua existência vem sendo representada por uma tutela estatal e incompetente, que viu a caravana do progresso passar sem dela participar. E agora vem o governo brasileiro, representado pela Funai, ironicamente dizer que as terras indígenas são poucas, deixando de assumir que a maior parte delas é mal aproveitada e ociosa, diz um trecho do documento, lido pela deputada Mara Caseiro em plenário, nesta terça-feira (5).
Os ruralistas também lembram que os indígenas, infelizmente, vivem hoje em situação de miséria, e que essa situação acaba virando meio de melhoria de vida para aqueles que se intitulam defensores dos índios.
O que não pode é o governo federal jogar esse peso nas costas dos produtores rurais, pretendendo que estes paguem pela inércia do governo, como se responsáveis fossem, diz outro trecho do documento.
Ironicamente, durante o mesmo evento, Mara Caseiro recebeu também um ofício dos indígenas da aldeia Amambai, solicitando equipamentos agrícolas, óleo diesel, maquinário, sementes e outros insumos necessários para o plantio.
De acordo com ela, isso demonstra que os povos indígenas, quando não influenciados por ONGs internacionais, desejam plantar e colher para o sustento de suas famílias. Alguns nem sabem desses conflitos, observou.
Mara Caseiro voltou a lembrar que o governo federal precisa tomar medidas urgentes para essa questão, antes que mais vidas se percam nessas guerras motivadas pelas invasões de terras.
O tucano Márcio Monteiro reforçou o discurso da deputada, afirmando que o governo federal precisa ter coragem para enfrentar essa situação.
O que falta é atitude desse governo. Já há um conceito do que é preciso fazer para acabar com esses conflitos, é preciso agora coragem para tomar as decisões certas, afirmou.