Publicado em 11/05/2023 às 11:00, Atualizado em 11/05/2023 às 01:13
Ex-deputada já está no comando da autarquia; senadora Soraya, da legenda da ex-congressista, avisou que não vota em projeto para agradar presidente
A cota ofertada pelo governo federal ao União Brasil, em Mato Grosso do Sul, à ex-deputada Federal Rose Modesto, que assumiu ontem a Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) não abona o apoio do partido em votações de projetos de interesse do presidente Lula, no Congresso.
Compartilhar cargos com adversários políticos é uma prática comum em inícios de gestão. No entato, a "parceria" exige fidelidade, ao menos nas votações dos projetos de lei criados ou brigados pelo governo que tramitam ora na Câmara dos Deputados ora no Senado.
União Brasil de MS não tem parlamentar na Câmara dos Deputados. E a única representante da legenda, em Brasília, a senadora Soraya Thronicke, desde o ano passado, antes do segundo turno que elegeu Lula presidente, mostra-se contrária ao governo petista.
Inclusive, assim que anunciaram o duelo de Lula e Bolsonaro, no segundo turno, a senadora disse que não votaria em ninguém. Preferiria pagar multa por não ir às urnas.
Depois das recentes derrotas do governo na Câmara dos Deputados, semana passada, Lula acendeu um sinal de alerta e exigiu fidelidade dos aliados. Tanto que escalou articuladores próximos para dialogarem com os integrantes de outras legendas que ocupam cargos no governo petista.
Soraya costuma pregar independência no Senado, mesmo com seu partido na chefia de três ministérios.
"Estou aqui representando não os interesses da Soraya, ou de um grupo, mas sim do estado onde nasci e que tenho muito orgulho de representar", escreveu ela.
Ela disse também que não deve agradar o governo de Lula em circunstância alguma.
"Não voto em um projeto por ser de governo A ou B, e sim pelo que acredito ser o certo e o melhor para o país", respondeu ela em reportagem publicada pelo Correio do Estado, nesta semana.
O CARGO DE ROSE
A também ex-vice-governadora de MS, é a primeira mulher a comandar a Sudeco e vai administrar cerca de R$ 10 bilhões para execução de programas de financiamento aos setores produtivos, prioritariamente os mini e pequenos produtores rurais e microempreendedores individuais, bem como às micro e pequenas empresas.
A ex-congressista disputou o governo de MS, mas ficou fora já no primeiro turno. Hoje, ela trava uma briga judicial com a senadora Soraya por disputa pelo comando regional do UB.
Com informações do Correio do Estado