A Justiça Francesa está investigando o Rio de Janeiro por supostos indícios de que pagamentos de propina teriam influenciado na escolha da cidade para sediar os jogos das Olimpíadas de 2016.
De acordo com o jornal francês Le Monde, "a justiça francesa dispõe de elementos concretos que questionam a integridade do processo de atribuição dos Jogos Olímpicos. O Rio teria trapaceado".
A matéria diz que três dias antes da cidade ser anunciada como sede olímpica, em 2 de outubro de 2009, R$ 6,3 milhões teriam sido pagos ao filho de um membro do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Os pagamentos foram feitos pelo empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, ex-dono do grupo Facility, principal fornecedor de mão de obra terceirizada para o governo do Rio, e amigo do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Soares Filho depositou os pagamentos na conta de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, membro do COI, segundo a Justiça Francesa. Lamine era também presidente da FIA (Federação Internacional de Atletismo) na época dos pagamentos.
De acordo com o secretário-geral da Procuradoria Nacional Financeira da França, Jean-Marc Toublanc, há "vários casos envolvendo a FIA e a atribuição de cidades para os Jogos Olímpicos" sendo investigados pelo órgão.
Escolha do Comitê
Na disputa final, o Rio venceu Madri por 66 votos a 32. A capital espanhola havia, no entanto, liderado o primeiro turno das votações, mas a tendência se inverteu na segunda etapa.
"É um caso de ficção olímpica. A eleição da Rio 2016 foi clara: 66 votos contra 32. Foi uma vitória límpida. Estamos 200% tranquilos em relação ao fato de que não fizemos nada fora das regras", afirmou Mario Andrada, porta-voz da Rio 2016, ao jornal francês.
À BBC Brasil, Mario Andrada afirmou ter "100% de certeza" de que o Rio foi escolhido em uma "eleição limpa", sem nada de ilegal ou incorreto no processo.
"A vitória do Rio foi por uma larga margem, com 66 votos a 32. Isso deixa claro que o Rio era a cidade preferida dos membros do COI", afirma. "Todos os dados e todos os documentos da campanha estão e sempre estiverem abertos."
Em nota, o Comitê Olímpico Internacional disse que "continua plenamente empenhado em esclarecer esta situação, trabalhando em cooperação com o procurador".
Com informações da Agência Brasil
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