O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (5) que, apesar da manifestação dos policiais civis ser legítima, o Estado não conseguirá atender a exigência de tornar a categoria a sexta profissão com melhor remuneração do país.
A fala foi feita após a comemoração dos 189 anos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. O pedido de reajuste envolve tanto os agentes quanto os peritos oficiais forenses, segundo o Campograndenews.
"Toda a negociação, com qualquer categoria, o diálogo está sempre aberto. Uma coisa que eu prezo muito no governo é a relação aberta com os servidores. Eles são o que temos de mais importante para oferecer para a sociedade, e não é diferente com a Polícia Civil de MS. Temos que manter o equilíbrio fiscal, que é uma premissa para o crescimento. Temos esse limite, não podemos atender. O movimento é legítimo e estamos de portas abertas, mas temos esse limite", disse o chefe do Estado.
Segundo Riedel, a gestão sugeriu que houvesse a incorporação do auxílio alimentação à folha de pagamento. Na época, o valor de R$ 400. E, segundo Riedel, impactaria os cofres públicos em R$ 40 milhões.
No dia 20 de agosto, durante a reunião com a categoria, o governo já tinha sinalizado que não iria atender as novas demandas. Revoltados, os policiais civis se organizaram e começaram a operação "Cumpra-se a Lei", com mobilização na frente da Assembleia e paralisação. Depois disso, os deputados criaram uma comissão para intermediar negociações com o governo.
Nesta quinta, os profissionais paralisaram as atividades nas delegacias das 8h ao meio-dia. Nesse horário o atendimento realizado foi apenas para serviços urgentes, como prisão em flagrante, demandas relacionadas à Lei Maria da Penha, crimes envolvendo crianças e adolescentes e oitivas.
Pedidos - Os policiais querem reajuste de 28% no subsídio, para que o salário atinja a sexta posição no ranking nacional, aumento do auxílio-alimentação para R$ 800, implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, plantões voluntários remunerados e adicional de fronteira
Alexandre Barbosa da Silva, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre explicou que os policiais estão aguardando a comissão de deputados estaduais que foi criada na Assembleia Legislativa para mediar a negociação.
“A primeira reunião é na terça-feira (13), enquanto isso nós estamos dando sinais de que queremos conversar. Não queríamos chegar a esse ponto [de paralisação], porém é um direito nosso reivindicar, porque o nosso salário é um dos piores do País, mas o nosso trabalho é um dos melhores. Então existe uma contradição, a gente trabalha muito e recebe pouco”.
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