Em reunião com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), em Brasília, o pré-candidato ao governo do Estado André Puccinelli (MDB) e o ex-ministro de Governo Carlos Marun (MDB) já anteciparam que, embora apresentem a senadora Simone Tebet (MDB) como nome à Presidência da República, o voto para presidente será livre aos que quiserem aderir à sigla apenas em âmbito estadual.
“Informamos que Simone é candidata do MDB-MS, mas que aqueles que estiverem conosco e tiverem outras preferências para a Presidência serão respeitados no seu direito de escolha”, disse Marun ao Correio do Estado. Desde que anunciou pré-candidatura à corrida presidencial, Simone não esteve reunida com correligionários em Mato Grosso do Sul.
Ela está em agenda pelo País, inclusive, tem focado o começo da pré-campanha na Região Nordeste, curral eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ter cumprido compromissos em São Paulo.
O distanciamento com o MDB regional vem sendo demostrado desde quando a senadora ainda estava em tratativa para angariar apoio do PSDB e se viabilizar como protagonista da terceira via.
Tanto que, dias após o anúncio, durante reunião em Campo Grande, o presidente estadual do MDB, ex-deputado Junior Mochi, o ex-senador Waldemir Moka (que dividiu bancada com Simone) e próprio Puccinelli, que a teve como vice-governadora, já demonstraram o não engajamento na campanha da filha de Ramez Tebet.
Na ocasião, Puccinelli já havia dito que não faria exigências nacionais a quem quisesse apoiá-lo no Estado. “Tem que esperar definir os quadros. Depois de definir os quadros, o partido tendo seu candidato, vai ser apresentado, mas dando liberdade pela democracia”, disse.
“Por exemplo, se você vota no Lula, eu vou te matar para que não vote no Lula? Não. Democracia é isso. Vamos sugerir [o nome da Simone], mas não impondo”, completou.
TERCEIRA VIA
Para ser pré-candidata à Presidência, Simone pleiteou apoio do PSDB nacional. Os tucanos colocaram algumas condições, uma delas, que o MDB abrisse mão de candidaturas ao governo em três estados, entre eles, Mato Grosso do Sul.
Puccinelli apresentou resistência e, por fim, a exigência caiu. O episódio, no entanto, desgastou ainda mais a relação da senadora com a executiva estadual, principalmente com o ex-governador.
PASSADO
A relação sempre foi amistosa entre ambos, porém, a amizade ficou estremecida quando a senadora não quis assumir candidatura ao governo em 2018. Ela substituiria o ex-companheiro de governo, que foi preso às vésperas da campanha eleitoral.
A dupla chegou a conversar na prisão, mas, alegando pressão familiar, recuou. Mochi assumiu a responsabilidade e encarou a eleição, mas não obteve sucesso.
PESQUISA
Marun e Puccinelli também falaram sobre as pesquisas eleitorais estaduais com Baleia Rossi. “Nós apresentamos o quadro político aqui no Estado, onde, mesmo pressionados, estamos mantendo a liderança na corrida para o governo”.
Na amostragem feita pelo Instituto de Pesquisa de Mato Grosso do Sul (Ipems), divulgada na edição desta quarta-feira do Correio do Estado, o ex-governador aparece com 6,15% da preferência do eleitorado entrevistado na espontânea, ou seja, quando o entrevistador não dá opções, apenas pergunta quem seria o nome para governar o Estado no próximo mandato.
Já na estimulada, quando o entrevistador faz a pergunta e cita os nomes dos pré-candidatos para que um seja escolhido, o emedebista tem 27,32%. Ao todo, foram ouvidas 1.665 pessoas, dos 79 municípios do Estado, entre os dias 26 de junho e 2 de julho, com margem de erro de 2,40% e 95% de confiabilidade.
Conteúdo - Correio do Estado
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.