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08/12/2022 às 16:30, Atualizado em 08/12/2022 às 15:17

PT cobra cargos de Lula no primeiro escalão, mas enfrenta disputa interna para indicar ministros

Diretório Nacional do partido vai apresentar lista de indicações a presidente eleito; sigla quer pastas sociais, como Saúde e Educação

O PT cobra do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva mais cargos no primeiro escalão. Até agora, o plano de Lula de fazer um governo com "menos PT" tem provocado divergências e queixas no partido. O Ministério da Saúde, por exemplo, um dos mais cobiçados da Esplanada, é alvo de uma disputa interna. De um lado, o deputado Alexandre Padilha (SP) defende o nome da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, para a vaga. De outro, o senador Humberto Costa (PE) quer indicar Arthur Chioro. Nísia é hoje a mais cotada para assumir a Saúde.

A lista do PT será discutida ainda nesta quinta-feira, durante reunião do Diretório Nacional, quando o partido baterá o martelo sobre os nomes que vai apresentar a Lula. No Ministério da Educação, as bancadas de deputados e senadores do PT tentam emplacar o líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). O núcleo de Educação e Cultura aprovou a indicação de Reginaldo por unanimidade.

Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin coordena a equipe de trabalho, que conta com nomes como Marina Silva, André Janones, Gleisi Hoffmann e o advogado do presidente eleito, Cristiano Zanin

Número de ministérios pode chegar a 34 na nova gestão; Cultura, Direitos Humanos e Fazenda ressurgem na lista de novos postos para 2023 e Economia deve ser desmembrada

Mesmo assim, Izolda Cela desponta como uma das favoritas para o MEC. A atual governadora do Ceará foi secretária de Educação de Sobral e também do Estado. O Ceará é considerado exemplo nos índices de avaliação de educação básica. Izolda conta com o apoio público de organizações como o Todos Pela Educação e a Fundação Lemann. Ela foi filiada ao PDT do ex-ministro Ciro Gomes, que disputou sem sucesso o Palácio do Planalto, mas hoje está sem partido.

Além do PT

Lula já disse mais de uma vez que seu governo irá além do PT e será composto por quadros que representem as forças políticas da campanha e os apoios recebidos. A conta não fecha porque integrantes do partido pedem espaço em quase metade dos ministérios. O novo governo deve ter entre 30 e 33 pastas.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad é dado como certo para a Fazenda. A chamada "cozinha" do Planalto também ficará com o PT. Para a Casa Civil, o mais cotado é o governador da Bahia, Rui Costa, que termina o segundo mandato neste mês.

Na configuração planejada por Lula, a Casa Civil terá um perfil mais gerencial. Ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, Alexandre Padilha pode comandar Relações Institucionais, cargo que também já ocupou, e ficar responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.

Interlocutor de Lula em várias áreas e com trânsito no meio empresarial, Padilha tem insistido na indicação de Nísia Trindade Lima para a Saúde. Socióloga, ela ganhou notoriedade ao comandar a Fiocruz, instituição que auxiliou nas pesquisas para desenvolver as vacinas contra covid-19. A exemplo de Padilha, o senador Humberto Costa, Arthur Chioro e José Gomes Temporão compõem o gabinete de transição, instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), e são ex-ministros da Saúde.

O presidente eleito deu sinais de que pretende nomear uma mulher para esse cargo. A cardiologista Ludhmila Hajjar também está na equipe de transição e é lembrada para a vaga, mas, ao que tudo indica, não integrará a Esplanada.

A Secretaria-Geral da Presidência tem na lista nomes como o do deputado Emídio de Souza e o do advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas.

O Ministério do Desenvolvimento Social, que coordenará o novo Bolsa Família de R$ 600 e outros programas sociais, também é cobiçado pelo PT. Se depender do partido, essa cadeira ficará com Tereza Campello, que já foi titular da pasta no governo Dilma. Lula, porém, está inclinado a entregar o ministério para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial e o apoiou no segundo turno da eleição.

Com informações do Estadão

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