Publicado em 04/03/2020 às 06:30, Atualizado em 03/03/2020 às 18:17
Grupo exigia pedido de desculpas, por fala considerada machista.
Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher - em 8 de março - a sessão da Assembleia Legislativa foi interrompida pelo presidente da Casa, Paulo Corrêa (PSDB) por conta de protesto de um grupo de mulheres. O “Calcinhaço” ou “Protesto da Calcinha” reuniu representantes do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro, Grupo Empodere, e outros. Com muito barulho, as mulheres exigiam pedido de desculpa e impediram os deputados de falar.
O deputado mais vaiado foi Rinaldo Modesto (PSBD), que na semana passada relatou que uma mulher tirou a calcinha durante o Carnaval e jogou em frente a uma igreja evangélica de Campo Grande. Ele criticou a atitude e por isso, hoje, foi alvo da fúria das protestantes.
As mulheres rebateram que a Assembleia não deveria ser palco de observações como a do parlamentar, e sim para discussões importantes, como o fato de Mato Grosso do Sul estar no top do ranking dos casos de assassinato de mulheres (este ano já foram cinco casos, três em Campo Grande). Modesto ainda tentou se explicar, mas não conseguiu. Mesmo após dizer que foi mal interpretado ele ainda alfinetou que as famílias das protestantes estariam com vergonha do ato delas.
“Mato Grosso do Sul tem os maiores índices de feminicídio e de crime sexual contra mulher . E um parlamentar trazer pra tribuna um feito de uma mulher que tira calcinha em frente uma igreja evangélica e isso virar pauta dentro de uma Assembleia? Em um dos estados que está no ranking isso não faz sentido. Por isso estamos protestando. A bancada tem que deixar de ser machista tem que parar de desmoralizar a mulher e a cultura popular que é o Carnaval”, afirmou Romilda Pizani, educadora social faz parte do Fórum Permanente do Movimento Negro.
A sessão ficou suspensa por aproximadamente 15 minutos e após a confusão os trabalhos foram retomados.
Fonte - Correio do Estado