De forte rejeição por parte dos colegas de MDB em Mato Grosso do Sul e desconfiança dos próprios correligionários em nível nacional à candidata da legenda para a Presidência da República e uma das principais integrantes da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esse é o resumo do que aconteceu com a trajetória política da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao longo deste ano, que saiu derrotada das urnas para ter o nome cotado para assumir os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Educação e do Desenvolvimento Social (atual Ministério da Cidadania).
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o prestígio junto ao presidente eleito Lula rendeu à senadora sul-mato-grossense o direito de ser lembrada para ocupar as três importantes Pastas na sua gestão, que se iniciará no dia 1º de janeiro de 2023.
O fato de ficar na 4ª colocação no 1º turno da eleição presidencial e manifestar apoio a Lula no 2º turno são os principais motivos para ter sido escolhida como uma das coordenadoras da transição no setor de desenvolvimento social e ter o nome ventilado nesses três ministérios.
À reportagem do jornal Correio do Estado, Simone Tebet informou, pelo WhatsApp, que não está tratando sobre esse assunto com ninguém.
“Ainda não falei com o presidente eleito Lula sobre essa possibilidade de ser ministra no seu governo”, afirmou, deixando claro que seu foco neste momento está voltado para o trabalho realizado na comissão de transição.
Questionada sobre o fato de que se sentia prestigiada por ter o nome ventilado para ocupar três ministérios, a senadora reforçou que sua decisão de apoiar Lula no 2º turno foi em defesa da democracia.
“Minha decisão foi em defesa da democracia, contra retrocessos de um governo negacionista e extremista. Não tem sentido fazer o que é certo buscando recompensa. Estou em paz. Isso me basta”, declarou.
Conforme pessoas próximas a Simone Tebet ouvidas pela reportagem, ela sabe que não é aconselhável contar com um possível ministério e o melhor a fazer é continuar atuando na comissão de transição, fazendo o que foi pautada para fazer, sendo prudente e sem esperar ser recompensada com algum cargo no futuro.
Algo bem parecido do que a parlamentar declarou na quinta-feira (1º/12), durante entrevista da equipe de transição da área de desenvolvimento social e combate à fome.
Ela afirmou que não está trabalhando na equipe de transição de olho em um ministério e que se apresentou de forma voluntária, em que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) a considerou capacitada para atuar em qualquer área e pediu que escolhesse o grupo de trabalho.
Para pessoas mais próximas, a senadora confidenciou que prefere atuar na área do desenvolvimento social.
O que também agrada ao comando nacional do MDB, pois o partido não esconde de ninguém o desejo de controlar o Auxílio Brasil, que deve voltar a ser chamado de Bolsa Família.
Trata-se de um dos programas da União mais cobiçados pelos partidos, afinal tem uma linha direta com mais de 2,2 milhões de famílias beneficiadas, que totalizam 20,2 milhões de pessoas em todo o País.
Outros nomes
Com a equipe de transição formada e já atuando em Brasília (DF), os outros nomes cotados para os principais ministérios do governo Lula da Silva (PT) passaram a ocupar espaço de destaque no debate político.
A expectativa é de que sejam criados ou desmembrados até 11 ministérios, elevando o número total de Pastas dos atuais 23 para até 34.
Assim, nomes já conhecidos da política brasileira – como Henrique Meirelles e Marina Silva – figuram ao lado de novatos no ambiente político, como Flora e Bela Gil, cotadas para assumir o posto anteriormente ocupado pelo marido e pai, Gilberto Gil, à frente da Cultura.
Após a confirmação de equipes técnicas do governo de transição divididas em 31 setores, também tem sido levantada a hipótese de que esse desenho seja reproduzido na montagem da Esplanada dos Ministérios. Por enquanto, nenhum nome ou Pasta foi confirmado oficialmente.
Até agora, existe a perspectiva de que três ministérios do governo Jair Bolsonaro (PL) sejam desmembrados em nove novos gabinetes.
O Ministério da Economia dará lugar aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Comércio Exterior; o Ministério da Justiça e Segurança Pública abrirá espaço para as Pastas da Justiça, da Segurança Pública e dos Povos Originários; e o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos dará origem aos ministérios dos Direitos Humanos, da Mulher e da Igualdade Racial.
Também devem ser recriados os ministérios da Cultura e da Pesca, atualmente reduzidos a secretarias.
Na Fazenda, os nomes mais cotados são os de Fernando Haddad, que é ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Alexandre Padilha, que é médico, deputado federal pelo PT de São Paulo e foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff (PT), Rui Costa, que é economista e está no segundo mandato como governador da Bahia, e Wellington Dias, que foi governador do Piauí por quatro mandatos, além de vereador em Teresina, deputado estadual, deputado federal e acaba de ser eleito senador pelo PT piauiense.
Além disso, ainda tem os nomes de Henrique Meirelles, que é economista e político, tendo sido ministro da Fazenda do governo Temer, ex-presidente do Banco Central no governo Lula e ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.
Bem como o próprio Geraldo Alckmin, que é ex-governador de São Paulo, ex-deputado e ex-prefeito de Pindamonhangaba, médico e foi eleito vice-presidente do governo Lula em 2022 após migrar do PSDB para o PSB, e Pérsio Arida, que é formulador do Plano Real e ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os demais nomes são Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Ricardo Lewandowski (Justiça), Marco Aurélio Carvalho (Justiça), Silvio Almeida (Justiça), Pierpaolo Bottini (Justiça), Sérgio Renault (Justiça), Marcelo Freixo (Segurança Pública), Sônia Guajajara (Povos Originários), Célia Xakriabpa (Povos Originários), Beto Marubo (Povos Originários), Neri Geller (Agricultura), Carlos Fávaro (Agricultura), Ludhmila Hajjar (Saúde), Roberto Kalil Filho (Saúde), Alexandre Padilha (Saúde), Izolda Cela (Educação), Marina Silva (Meio Ambiente), João Paulo Capobianco (Meio Ambiente) e Randolfe Rodrigues (Meio Ambiente).
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