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18/02/2024 às 11:31, Atualizado em 18/02/2024 às 11:00

Políticos temem bloqueio nas contas do PL antes das eleições

Partido Liberal está na mira da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal

Pré-candidatos a prefeitos e a vereadores de todo o Brasil estão preocupados com a situação do PL e cogitam uma debandada geral. A operação da Polícia Federal, que culminou na prisão de Valdemar da Costa Neto e na apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro foi visto como uma espécie de facada na legenda e todos temem que a sigla sofra algum tipo de restrição judicial no período eleitoral.

Em conversa com o (IG) Último Segundo, alguns dos pré-candidatos do PL espalhados pelo Brasil e que não têm profunda ligação com o bolsonarismo se mostraram preocupados. O PL tinha a previsão de enviar recursos do fundo partidário para a campanha, mas agora não há garantias de que isso irá ocorrer.

Muitos políticos falam que existe a possibilidade do partido sofrer restrições nas contas bancárias. Na visão de alguns pré-candidatos a vereador, as investigações ainda estão em curso, se a PF descobrir que foi usado recurso público do PL para financiar as manifestações, é provável que o Alexandre de Moraes bloqueie as contas.

O plano de Valdemar da Costa Neto e de Jair Bolsonaro era de que o partido fizesse mil prefeitos e elegesse a maior bancada de vereadores do Brasil nas eleições de outubro deste ano. Agora, existe um risco de caminho inverso e a legenda pode sofrer uma debandada geral. Sem os recursos do fundo partidário, a campanha fica inviável.

Não seria a primeira vez que o STF (Supremo Tribunal Federal) bloqueia as contas do PL. Em 2023, a legenda teve todas as contas bloqueadas até pagar uma multa de R$ 22,9 milhões por ter colocado em dúvida a lisura das urnas eletrônicas por meio de um documento oficial, mas que não apresentou nenhuma prova do que estava sendo afirmado.

Dessa vez, existe dentro da Polícia Federal uma linha de investigação de que a legenda tenha sido usada de forma institucional para ajudar na tentativa de golpe de estado, que culminou no 8 de janeiro. Até o momento, porém, a PF não divulgou nenhum documento que mostre o uso de recursos públicos do partido para o financiamento de algum ato golpista. Mas nos corredores de Brasília não se descarta que houve a liberação de verba para organizar as caravanas que invadiram Brasília.

Desde que deixou a prisão, Valdemar da Costa Neto articula para apagar incêndios. Ele tem conversado com líderes regionais e garantido que o plano de fortalecimento do PL não mudou e que o partido irá eleger mil prefeitos.

Sem a garantia de que o PL possa oferecer uma robusta estrutura financeira, a sigla fica enfranquecida.

Para outros, a manifestação convocada por Bolsonaro para o próximo dia 25 de fevereiro será determinante. Se houver apoio popular, a classe política acredita que o PL sairá fortalecido e que o STF não terá coragem de prejudicar milhares de candidatos a prefeito e a vereador, já que poderia causar uma revolta. Fora do núcleo do partido, porém, ninguém concorda.

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