Publicado em 07/09/2024 às 16:29, Atualizado em 07/09/2024 às 17:33
Após o cancelamento da participação, os policiais passaram pela Avenida Afonso Pena, em comboio, com sirenes e giroflex ligados.
Quebrando uma tradição de anos, policiais civis de Mato Grosso do Sul teriam sido retirados do desfile cívico-militar da Independência do Brasil, neste sábado (7), em Campo Grande, após protesto pacífico em reforço à greve por reajuste salarial.
Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de MS), esclareceu ao Midiamax que uma manifestação pacífica foi marcada para a data. Os agentes foram orientados a usar uma máscara cirúrgica, contudo, o uso teria desagradado autoridades superiores.
“Estavam usando máscaras, pela condição de saúde, o ar está péssimo, e pela saúde do policial. Será a primeira vez em anos que a Polícia Civil não desfilou. Os policiais que acordaram cedo para ver o desfile com suas famílias, em apoio, também deixaram o desfile”.
Após o cancelamento da participação, os policiais passaram pela Avenida Afonso Pena, em comboio, com sirenes e giroflex ligados. “São viaturas oficiais, estão retornando para as respectivas delegacias. Também cancelamos nossos protestos marcados para o dia, como panfletagem falando sobre a paralisação”.
Paralisação regional
Cerca de 70% dos policiais civis do Estado aderem à paralisação por valorização salarial e de carreira. Ainda segundo Barbosa, a categoria está esperando para a próxima terça-feira (10) reunião com deputados estaduais para montar uma comissão para resolver o impasse. Caso não haja uma solução, não está descartada nova paralisação.
O escrivão Carlos Alexandre disse que há uma defasagem salarial muito alta que não alcança as necessidades básicas dos policiais. “A Polícia Civil está sangrando”, disse. Ele ainda relatou que a polícia do Estado é considerada uma das melhores, mas com um dos piores salários.
Outro lado
Em coletiva de imprensa, o governador do Estado, Eduardo Riedel, afirmou que a decisão não partiu do governo.
“Foi uma decisão do delegado-geral, de participar ou não. Não foi uma determinação do governo. Não temos a menor ação nesse sentido. Estamos em um desfile de 7 de setembro, um ato oficial, de celebração da Independência do Brasil e eles decidiram não participar, nós respeitamos”, declarou Riedel.