Publicado em 10/09/2022 às 12:01, Atualizado em 10/09/2022 às 11:59

Polícia abre inquérito para investigar armação contra Marquinhos e novas provas incriminam Riedel

As advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda contaram que Carlos Alberto Assis, Diretor-Presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos de MS, é o alvo das investigações

Redação,
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Divulgação

A 3ª Delegacia de Polícia Civil em Campo Grande abriu inquérito para investigar denúncia caluniosa contra o candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad (PSD). A defesa do candidato realizou, nesta sexta-feira (9), entrevista coletiva para anunciar a abertura do processo e trouxe novas provas que corroboram a farsa e revelam a participação do também candidato ao governo do estado, Eduardo Riedel (PSDB), na armação para prejudicar politicamente Marquinhos.

As advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda contaram que Carlos Alberto Assis, Diretor-Presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos de MS e homem de confiança do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), principal articulador das armações contra Marquinhos, é o alvo das investigações. Segundo elas, a denúncia foi feita após um homem, identificado como Elenilton Dutra de Andrade, revelar à polícia que foi procurado por Eduardo Riedel para que ele o auxiliasse na campanha e, como ainda não havia decidido sobre qual candidato apoiaria nas eleições, não deu uma resposta de imediato. Mesmo assim, Riedel disse que Assis entraria em contato.

Ainda de acordo com o depoimento de Dutra, como prometido, Assis o procurou e ofereceu cargos e R$ 300 mil para que o ajudasse a destruir politicamente Marquinhos Trad. Ele conta que o plano era cooptar mulheres para armar falsa denúncia de assédio contra o candidato do PSD.

Indignado, Elenilton recusou a proposta feita por Assis que, segundo ele, deixou claro que não pouparia esforços para “encher ônibus e mais ônibus de mulheres” para denunciar Marquinhos Trad. Elenilton conta ainda que, além de recusar a oferta apresentada por Carlos Alberto, ligou para o candidato tucano e disse que a proposta feita por Assis não era “uma proposta política e sim uma proposta indecente” e, diante disso, um novo valor fora apresentado pela “ajuda” de Andrade: R$ 400 mil mais dois cargos no governo. Ele novamente recusou e decidiu procurar voluntariamente a polícia.

Mais provas

O Ex-Secretário de Infraestrutura do estado e pretendente ao governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também foi citado em conversas de aplicativos de mensagens entre duas mulheres que acusaram Marquinhos de abuso. Na conversa, uma delas conta que, em reunião com Riedel e Carlos Aberto de Assis, receberam umas “propostas bem top” de “trabalho”.

A conversa, na íntegra, foi registrada e autenticada em cartório com autorização de uma das envolvidas e será anexada aos autos pela defesa do candidato do PSD.

“O que a gente tá trazendo aqui são as provas cronológicas, com datas de como tudo se operacionalizou”, destaca a advogada Andrea Flores. O documento, com 31 páginas, detalha conversas registradas entre os dias 27 de junho e 27 de julho. Com nomes dos autores intelectuais e dos responsáveis para que o plano fosse colocado em prática.

As mulheres conversam demonstrando medo de serem monitoradas ou terem a conversa vazada. No dia 04 de julho, uma das mensagens diz: “Tô apagando pra não deixar nada no meu ‘cel’. Mas precisamos conversar sério, Seríssimo”. Mais adiante, no dia 05 de julho, um dia antes da assistente administrativa de 31 anos ir ao cartório, registrar documento que detalha esquema de perseguição ao candidato do PSD e procurar a polícia, uma delas diz “Tô preocupada com amanhã de manhã”, a outra responde “nem quero pensar mais”.

Ainda de acordo com os documentos, fora prometido às mulheres pagamentos extras, no valor de R$ 50 mil, caso tivessem seus nomes vazados durante o desenrolar do plano e também por entrevistas que dessem falando sobre o assunto. Entrevistas, como ao site Metrópoles.

As conversas, autenticadas em cartório, ainda apontam o uso do aparato policial do governo do Estado para proteger as garotas de programa cooptadas para fazer as falsas denúncias de assédio.

A defesa de Marquinhos Trad cita ainda que não tiveram pedidos atendidos para que as pessoas arroladas no processo sejam ouvidas pela Delegacia Especializada da Mulher (DEAM), dificultando a apuração. “A gente leva o fato, pede que a pessoa seja ouvida mas, infelizmente, nenhuma delas foi intimada para serem ouvidas”, completa Rejane Alves Arruda.

As advogadas destacaram ainda, na entrevista coletiva, que a farsa demonstrada envolve três das quatro supostas vítimas iniciais. Uma das quatro, já voltou atrás e, em cartório, reconheceu a armação contra Marquinhos. Outras sete denúncias foram arquivadas pela Justiça. A defesa também já ingressou com pedido para anular, por falta de crime, as denúncias restantes e arquivar de vez o caso.

Com informações da assessoria do Marquinhos