Buscar

11/02/2017 às 14:30, Atualizado em 11/02/2017 às 10:33

Petrobras corta compra de gás da Bolívia e põe em risco finanças de MS

Arrecadação com ICMS do gás caiu pela metade de 2016 para este ano.

Cb image default
Tubulação do gasoduto, que corta Mato Grosso do Sul desde a fronteira com a Bolívia (Foto: Governo do Estado/Divulgação)

A Petrobras reduziu drasticamente a compra de gás natural produzido na Bolívia e, por consequência, derrubou a arrecadação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para os cofres estaduais. A queda na receita, que já ocorria por conta da crise econômica, coloca em risco as finanças do Estado.

Preocupado com a situação, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), planeja viagem a Brasília (DF) para tentar reverter o quadro. “Em 2016, caiu um pouco, mas em 2017 fecharam o duto”, afirma o chefe do Executivo.

Conforme a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), no ano passado, o governo arrecadava por mês R$ 79,3 milhões com o ICMS do gás boliviano, que passa por Mato Grosso do Sul pelo gasoduto. O montante representava 11,51% do total recolhido com o tributo. Em janeiro deste ano, arrecadação caiu pela metade, R$ 38,6 milhões – 5,67% do que o Estado recebe com a cobrança do imposto.

Entre 2015 e 2016 também houve queda. Há dois anos, o Estado arrecadava mensalmente R$ 107.376.273 com o ICMS do gás – eram 16,60% da receita do imposto (veja no gráfico).

Retração – De acordo o presidente executivo da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), Augusto Salomon, a retração no mercado explica a redução da compra de gás boliviano, embora se especule que esta seja uma estratégia comercial da Petrobras para forçar a redução do preço do combustível, uma vez que o contrato do governo brasileiro com o país vizinho vence em 2019 e deve começar a ser renegociado.

“O consumo no mercado industrial caiu quase 15%, está sobrando energia nas regiões sudeste, centro-oeste e sul, que consomem o gás boliviano. Este é o motivo para se comprar menos”, afirma Solomon.

O contrato do Brasil com a Bolívia prevê o consumo de cerca de 30 milhões de metros cúbicos (m³) de gás por dia. Mas, o país tem importado somente 14 milhões de m³ diariamente.

O gás natural boliviano passa por Mato Grosso do Sul, mas também é distribuído para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Sobre a redução no consumo, nesta terça-feira (7), estudo da Secretaria Estadual de Energia e Mineração de São Paulo apontou que o volume de gás canalizado consumido no Estado do sudeste em 2016 teve queda de 16,2% em comparação com o ano anterior. Foram utilizados 5,03 bilhões de m³ em 2016 contra 6 bilhões de m³ em 2015. Esse é o terceiro ano consecutivo de decréscimo.

Preocupação – O governador disse que agenda pública na tarde desta sexta-feira (10) que vai à Brasília na próxima semana e quer a interferência da bancada federal para conseguir agenda com a Petrobras. “Queremos saber qual a política da Petrobras em relação ao gás que passa por Mato Grosso do Sul”.

Com informações do Campograndenews

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.