Publicado em 24/08/2016 às 07:30, Atualizado em 24/08/2016 às 00:53
O setor técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa as contas da campanha da presidente Dilma Rousseff dentro das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer, identificou suspeitas em relação a três empresas prestadoras de serviço na eleição de 2014.
Os documentos, com 220 páginas, foram entregues pelos peritos à ministra Maria Thereza de Assis Moura, corregedora do TSE. O prazo para envio da perícia se encerrava nesta segunda (22).
Ela juntou o laudo técnico às ações e também marcou as datas de depoimentos de delatores e autorizou que sejam ouvidos dirigentes da Andrade Gutierrez, delatores da Lava Jato, além de outros colaboradores, como Augusto Mendonça, Pedro Barusco, Eduardo Leite, Ricardo Pessoa, Júlio Camargo e Zwi Skornicki.
Para os técnicos, as empresas Rede Seg, VTPB e Focal não apresentaram documentos suficientes para comprovar que prestaram serviços no valor pago pela campanha.
Eles também descartaram que a gráfica Atitude, investigada por lavagem de dinheiro na Lava Jato, tenha prestado serviços à campanha de Dilma, como suspeitava o PSDB - não houve declaração oficial da gráfica como fornecedora.
Em nota, o coordenador jurídico da chapa Dilma-Temer, Flavio Caetano, afirmou que as conclusões dos técnicos do TSE são "absolutamente contraditórias e inconsistentes" e que, por esse motivo, o laudo pericial não será aproveitado pela Justiça Federal.
Caetano argumenta que as conclusões são contraditórias porque, segundo ele, os mesmos peritos do TSE já haviam se manifestado pela "regularidade" dos pagamentos efetuados à Rede Seg, à VTPB e à Focal.
"As conclusões também são inconsistentes porque os peritos do TSE deixaram de analisar inúmeros documentos de público acesso em relação às mencionadas empresas, que eliminariam quaisquer dúvidas ainda existentes", destacou o coordenador jurídico (leia ao final desta reportagem a íntegra da nota).
Procurada pela reportagem, a assessoria de Temer disse que não vai se manifestar.
Os defensores da VTPB disseram à GloboNews que a empresa prestou efetivamente os serviços não só com relação à arte e à editoração e aos cards.
Segundo os advogados da empresa, foi apresentada ao TSE amostras do material produzido, as notas fiscais, além de informações das transportadoras e da máquina que imprimiu o material gráfico. Na avaliação da defesa, é dificil compreender de onde foi retirada a conclusão do laudo já que tanto a Secretaria Estadual da Fazenda quanto a Procuradoria Geral Eleitoral concluíram que houve a prestação de serviço e que nenhuma irregularidade cometida.
Fonte - G1