Dos 24 deputados eleitos em Mato Grosso do Sul neste pleito, 20 (83,33%) são associados a partidos de espectro político de direita e de perfil conservador ou então pertencem a siglas conhecidas por fazerem parte do Centrão, tidas como rampas para o presidente Jair Bolsonaro em seu primeiro mandato.
Comparado com o da eleição de 2018, quatro anos atrás, o parlamento estadual manteve-se no conservadorismo.
Os números acima levaram em conta os partidos que se juntaram nessa eleição, no primeiro e no segundo turno da disputa pelo governo de MS, à campanha pela reeleição de Bolsonaro, que é do PL, legenda de centro-direita que, com a filiação do mandatário, tornou-se algo mais extremista.
Os 24 parlamentares eleitos da Assembleia sul-mato-grossense integram estes partidos: PSDB (6, um a mais do que na legislatura passada); PT (3, um a mais do que em 2018); Patriota (1, número igual ao da legislatura passada); MDB (3, mesmo número que em 2018); Republicanos (1, número igual ao da eleição passada, quando a sigla ainda se chamava PRB); PL (3); PRTB (1); União Brasil (1, até a eleição passada a sigla era repartida em duas – PSL e DEM, que juntaram-se no ano passado); Podemos (1); PP (2); PDT (1) e PSD (1).
Com esta configuração, é possível dizer que os candidatos que disputam no segundo turno o governo de MS, Capitão Contar, do PRTB, e Eduardo Riedel, do PSDB, qualquer que vença no dia 30, não devem sofrer resistência na hora de mandar para lá projetos de interesse do Estado.
Tanto Contar quanto Riedel apoiam a reeleição de Bolsonaro, opção também da maioria dos deputados estaduais.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Na Câmara dos Deputados, em 2018 eram cinco os donos de mandatos que Bolsonaro contava como aliados. Na próxima legislatura, que começa no início de 2023, o chefe de governo, se reeleito, pode contar com a parceria de dois parlamentares do PL, um do PP e três do PSDB. Ou seja, mais reforçado do que antes.
O PSDB entra nessa relação porque, na legislatura que acaba em dezembro, seus parlamentares ajudaram o presidente em quase todas as ações que caíram na Câmara dos Deputados. Já na legislatura que vem, há um peso maior porque os parlamentares de MS foram eleitos por meio de uma aliança com o partido de Jair Bolsonaro. Entre os eleitos, apenas três, do PT, declararam-se parceiros da candidatura do ex-presidente Lula.
SENADO
A eleição de Tereza Cristina, campeã de votos na disputa pelo Senado, deixou a bancada de MS bem mais na linha conservadora no Senado. Em 2018, os mandatos eram do MDB (Simone Tebet), do União Brasil (Soraya Thronicke) e do PSD (Nelsinho Trad). Soraya e Nelsinho não desapontaram Bolsonaro, sempre acompanhando-o nas aprovações dos projetos. Simone pegou um caminho inverso, ou seja, o de oposição ao mandatário.
Com a saída de Simone, cujo mandato expira em janeiro, entra Tereza, do PP, sigla alinhada à direita, surgida a partir de fusões entre grupos que tiveram ligação com a Aliança Renovadora Nacional, a Arena, legenda governista então ligada à ditadura militar.
A relação política dos senadores com o próximo governador de MS ficou favorável ao tucano. Tereza, do PP, por exemplo, foi uma das principais apoiadoras de Eduardo Riedel, e Nelsinho o apoia no segundo turno. Já Soraya Thronicke não manifestou interesse em ajudar nenhum dos dois adversários.
O QUE É CENTRÃO?
Centrão é um bloco parlamentar informal que age dentro do Congresso Nacional e que desde a redemocratização (1985) oferece sustentação aos presidentes da República, sem direção ideológica definida.
A formação de blocos parlamentares dentro do Congresso Nacional não é novidade. Partidos de diferentes espectros da política se unem para ganhar força na hora de votações ou negociações no Legislativo federal.
O Centrão é integrado por partidos de legendas de centro e centro-direita. Interessa ao Centrão o que for bom ao bloco, já que os mandatários precisam dele para garantir a governabilidade.
Ao menos nesta legislatura, lá no Congresso Nacional, o Centrão é composto por PTB, Solidariedade, Republicanos, PP e, em algumas situações, pelas siglas PSD, MDB, União Brasil, Pros, PSC, Avante e Patriota.
Esquerda elegeu três representantes
Na próxima legislatura, a Assembleia Legislativa terá três deputados de esquerda. Trata-se da bancada do PT, que será formada pelos reeleitos Amarildo Cruz e Pedro Kemp e por Zeca do PT. Lucas de Lima, do PDT, partido do mesmo espectro político, não costuma votar com as pautas da esquerda.
Com informações do Correio do Estado
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