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07/10/2016 às 10:00, Atualizado em 06/10/2016 às 23:56

Para não dar aumento, governo dará promoções a 1 mil policiais civis

Servidores terão aumento de 20%, o mesmo pleiteado em maio, quando entraram em greve.

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Divulgação Sinpol

O Governo de Mato Grosso do Sul se livrou de reajustar os salários dos 3 mil policiais civis e servidores lotados na Coordenadoria-Geral de Perícias em 20%, exigência feita pela categoria, que chegou a fazer duas paralisações neste ano, mas vai promover 1.033 das duas corporações. Para estes servidores, a gestão estadual terá de desembolsar o percentual pleiteado em maio.

A onda de promoções é consequência da ampliação do quadro de funcionários da Polícia Civil. Há dois anos não era aberta nem metade deste quantitativo de vagas, segundo o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).

Com as promoções, investigadores, escrivães e alguns funcionários da perícia que começam a carreira ganhando R$ 3,4 mil, passarão a ganhar pouco mais de R$ 4 mil. Já delegados, que ganham inicialmente ao menos R$ 14 mil, passam a ganhar R$ 16 mil.

De acordo com o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda, a contratação de mais policiais e peritos ficou acordada com o governo em maio, quando a categoria fez a segunda greve para pressionar o governo por reajuste de 20,20%. Na época, o Estado propôs aumento de 6% e mais abono de R$ 200, correspondente apenas a reposição da inflação no período.

Depois de muita negociação, o acordo foi firmado. “Aceitamos o reajuste na condição de que o quadro de funcionários fosse ampliado em 10%”.

Pelo combinado, ainda segundo Giancarlo, o Estado, que tinha 2,4 mil policiais civis, passaria a ter 2,6 mil e parte deles já foi contratada. “O aumento no número de promoções é consequência e tudo isso está previsto no nosso Plano de Cargos e Carreiras, já devia ter acontecido”.

Gasto – O governo ainda não sabe o quanto vai ter de injetar na folha de pagamento das corporações que hoje, conforme consta no Portal da Transparência do Estado, custa cerca de R$ 19,2 milhões mensais – até outubro, a gestão estadual gastou R$ 192.324.196,60 com os salários dos policiais e peritos.

Na quinta-feira, o Conselho Superior da Polícia Civil publicou no Diário Oficial do Estado o quadro de vagas para as promoções. Os servidores têm de se candidatar e são selecionados pelo conselho por dois critérios: merecimento e antiguidade.

Por conta disso, o secretário de Estado de Administração, Édio Viegas, explica que o cálculo da despesa só será feito depois da seleção estiver terminada. “Depende de quem foi selecionado, porque os salários variam”.

Critérios de seleção – Hoje, todos os integrantes da Polícia Civil – que inclui os servidores da perícia – ingressam na 3ª classe, sendo as promoções sequentes a 2ª, 1ª e classe especial, o que representa um acréscimo de 20% ao salário do servidor a cada ascensão.

Além disso, a cada cinco anos na carreira há automaticamente percentual de reajuste de 5% no salário dos policiais civis.

Para conseguir a promoção, o funcionário público tem de se candidatar. O Conselho Superior avalia o desempenho do servidor e ele tem de ter feitos cursos – pós-graduação, mestrado, capacitações – para pontuar. Os mais antigos na carreira têm preferência.

Política – De acordo com o presidente do Sinpol, para conquistar as vagas dadas por merecimento, até campanhas são realizadas. “Isso é uma coisa que a gente luta para acabar, porque é uma coisa mais política, depende de indicação. Queremos manter só a antiguidade”

Giancarlo Miranda acrescente que valorizar os mais antigos na carreira é a melhor forma de estimular os servidores a fazerem um bom trabalho. “Maior meritocracia é valorizar a pessoa que tem tempo de carreira, qualificação, bom atendimento, é a melhor foram de promover alguém. Essa coisa de indicação deixa a desejar”.

O sindicalista afirma que em média 80% das vagas para escrivães e investigadores são preenchidas usando o critério de antiguidade. Na outras categorias, inclusive a de delegados, a divisão é pela metade.

Fonte - campograndenews

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