Buscar

26/05/2022 às 10:31, Atualizado em 26/05/2022 às 12:08

Para apoiar Simone Tebet à Presidência, PSDB exige MDB com Riedel em MS

Condição foi estabelecida ontem pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo; no MDB, Puccinelli mantém pré-candidatura

Cb image default
Foto - Reprodução Correio do Estado

O apoio do MDB de Mato Grosso do Sul à candidatura de Eduardo Riedel (PSDB) é uma das condições impostas pelo diretório nacional do PSDB para o partido apoiar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência da República.

O impasse criado pela direção nacional tucana poderá inviabilizar a terceira via, uma vez que o ex-governador André Puccinelli (MDB) não estaria disposto a retirar sua pré-candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul.

A condição estabelecida pelo diretório nacional do PSDB foi confirmada ontem pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Ao ser perguntado sobre o que faltava para que PSDB e MDB selassem uma aliança em nível nacional, ele disse que o apoio do MDB às candidaturas tucanas em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco é fundamental.

Araújo falou em três pilares a serem superados para a aliança avançar, e o primeiro foi superado ontem, quando a executiva tucana confirmou o nome de Simone Tebet como uma das possibilidades para o partido apoiar para a Presidência.

“O segundo pilar é o programa de governo. O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que liderou o processo de construção do programa de governo da pré-candidatura do PSDB, vai agora compatibilizar uma construção pública de compromissos com MDB e Cidadania. Temos muitas visões comuns. O programa do PSDB precisa ser incorporado nessa composição política”, disse Bruno Araújo.

A aliança em Mato Grosso do Sul entra no terceiro pilar a ser superado.

“O terceiro pilar é a reciprocidade nos palanques regionais que são fundamentais para o PSDB. O Rio Grande do Sul, onde a liderança de Eduardo Leite é fundamental na eleição estadual. A parceria com o MDB é vista por nós como sendo fundamental. Isso se repete em Mato Grosso do Sul, Estado da senadora Simone Tebet e governado pelo PSDB. Não nos parece coerente que não haja essa unidade. E Raquel Lyra em Pernambuco, que é uma das nossas apostas desta renovação de lideranças do PSDB. Esses três estados são fundamentais para avançarmos nessa construção”, afirmou.

“Só vai ter sentido formalizarmos a reunião da executiva quando essa construção política e programática estiver consolidada”, concluiu Bruno Araújo, que ainda disse que a reunião nem sequer está marcada, porque a intenção não é criar expectativas de prazos perante a opinião pública.

MISSÃO

Araújo disse que as negociações entre PSDB e MDB em MS, PE e RS já começaram.

“Destacamos um conjunto de parlamentares nossos que vão sentar com o MDB nessa construção. Eventuais resistências são naturais da política, mas o PSDB está sentando à mesa para discutir [o apoio a] uma candidatura que não seja nossa pela primeira vez desde 1989. O PSDB foi fundado com o princípio de não ser fim em si mesmo. O fim nosso é o Brasil. Pelo País estamos dispostos a avançar em uma aliança”, afirmou.

Dificuldade

Em Mato Grosso do Sul, uma candidatura de Simone Tebet à Presidência poderá enfrentar muita dificuldade dentro do PSDB, sobretudo porque o pré-candidato tucano Eduardo Riedel já tem acordo selado com a deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP) e contará, inclusive, com o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Foi Tereza Cristina quem trouxe Bolsonaro para o palanque de Riedel, com a condição de que o candidato tucano não trouxesse mais nenhum outro candidato a presidente para o mesmo palanque da chapa.

Até mesmo dentro de casa existe uma equação a ser fechada. O marido da senadora Simone Tebet, deputado estadual Eduardo Rocha (MDB), é secretário de Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul, despacha a poucos metros do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que é o principal entusiasta da pré-candidatura de Eduardo Riedel, o qual já tem acordo com Tereza Cristina e Jair Bolsonaro, impulsionado pela evolução do agronegócio na região.

Com informações do Correio do Estado

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.