A crise dentro do ninho tucano está instalada. O deputado estadual Onevan de Matos convocou a imprensa nesta quarta-feira para mostrar todo seu descontentamento com os caminhos que levaram o PSDB anunciar o colega de partido Paulo Corrêa para presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na próxima eleição.
Tudo porque o governador Reinaldo Azambuja teria garantido que não interferiria na escolha do nome do candidato do partido para a disputa, mas como Onevan revelou “não foi o que aconteceu”. “Ele não interferiu diretamente, mas permitiu que pessoas ligadas a ele fizessem essa interferência”, assegurou Onevan.
O parlamentar revelou que o ex-secretário de Estado da Casa Civil de Azambuja, Sérgio de Paula, estaria articulando com os demais para colocar Paulo Corrêa na vaga. “Estava tudo certo que o Felipe Orro e o Marçal Filho estariam comigo, mas o Beto Pereira ligou para o Marçal e pediu para conversar com ele. Foi até a casa dele em Bonito, mas ninguém sabia que o Corrêa ia junto”, revelou.
Até então as negociações estavam adiantadas. Marçal era o voto minerva da escolha do nome entre os tucanos, já que Rinaldo Modesto apoiava Corrêa e Orro apoiava Onevan. No entanto, na reunião de ontem, Onevan foi o único que votou nele mesmo e Orro não compareceu.
“Sou um político experiente. Deputado desde a divisão de Estado. Não entrei no PSDB durante janela partidária, agora de última hora (e referindo a Corrêa). Não vou sair do partido, mas achei que faltaram com respeito comigo”, alfinetou.
A falta de fidelidade com Onevan fez com que ele fosse até o governador ontem mesmo mostrar sua insatisfação. “Ele não falou nada, o que ele ia falar? Se ele que liberou a articulação?!”.
Falando que Sérgio de Paula é ‘o homem que faz e acontece no governo’, Onevan falou que o ex-secretário está comandando todo o processo da nomeação dos nomes da Mesa Diretora. “Ele ficará fazendo tratativas nos bastidores para determinar todos os cargos. É um absurdo alguém de fora ficar definindo as vagas”.
Agora Onevan colocou seu nome à disposição dos demais deputados estaduais. “Eu não faço nada escondido. E se não quiserem o meu nome, eu estou a disposição para compor com outro nome. Quem ganha a eleição não são os deputados do PSDB, nem são os outros três que vão decidir. São os 24 votos. Eu coloco meu nome à disposição, vou articular chapa de oposição”.
Ele ainda assegurou que a performance de Sérgio de Paula foi mal sucedida. “Não vai ser como eles imaginaram. Vai haver racha no partido e as oportunidades vão aumentar para os outros deputados ingressarem na Mesa”, concluiu.
Conteúdo - Correio do Estado
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